Com o reinado de Salomão acabou a glória do reino unido de israel. Houve a revolta das dez tribos, sendo a causa imediata deste fato o louco procedimento de Roboão (1 Rs 12), embora já houvesse grande inquietação, principalmente por causa das enormes contribuições que se julgavam necessárias para manter a dignidade real. As dez tribos, das quais Efraim era a principal, separaram-se das restantes e formaram o reino de israel, sendo as tribos de Judá e de Benjamim as únicas que permaneceram fiéis à casa de Davi (1 Rs 12.20). Todavia, a maior parte dos levitas, e muitos de todas as tribos que temiam a Deus, aderiram por fim ao reino de Judá (2 Cr 11.13 a 16). Jeroboão, o primeiro rei de israel, da tribo de Efraim, subiu ao trono, sendo essa elevação divinamente sancionada por meio do profeta Aías - e foi então feita a promessa condicional de que o seu reino seria como o de Davi (1 Rs 11.38). Mas Jeroboão não tinha a fé nem a obediência de Davi (1 Rs 12.15). Com o fim de preservar a independência do seu reino, organizou um corpo sacerdotal em separado, e estabeleceu o culto do bezerro em Dã e Betel. Este sistema de idolatria tornou-se até certo ponto, de uma forma ou de outra, a religião nacional. o próprio rei é assim julgado na história: ‘Abandonará a israel por causa dos pecados que Jeroboão cometeu, e pelos que fez israel cometer’ (1 Rs 14.16). E desde este tempo até oséias, que foi o 19º e último monarca dos israelitas, não há um só rei que fosse livre da pecha geral de depravação (2 Rs 15.17). onri (1 Rs 16), que foi famoso e poderoso entre as nações vizinhas, como atestam os monumentos, foi dos piores em caráter. Acabe (1 Rs 16 a 22), filho de onri, introduziu em israel, sob a influência de Jezabel, sua mulher, o culto de Baal, deus fenício, constituindo este fato uma idolatria de marca mais profunda que a de Jeroboão. Jeú, na verdade (2 Rs 10.18 a 28),destruiu os profetas de Baal, e pela sua obediência, em parte, foi recompensado com largas bênçãos temporais - mas ele ‘não teve cuidado de andar de todo o seu coração na lei do Senhor Deus de israel, nem se apartou dos pecados de Jeroboão, que fez pecar a israel’. A nação seguiu na maldade os seus reis. Algumas exceções houve, mas foi preciso nos dias de Elias, uma revelação direta para as descobrir - e sendo a população composta de centenas de milhares de indivíduos, apenas 7.000 são mencionados como não tendo dobrado o joelho perante Baal (1 Rs 19.18). Entretanto não estava israel sem avisos. No espaço de cinqüenta anos apareceram entre os profetas israelitas Jeú e Miquéias, Elias e Eliseu, operando estes dois últimos mais milagres do que qualquer outro profeta desde os tempos de Moisés e Josué. Alguns anos depois do seu ministério vieram Jonas, oséias e Amós. As mensagens destes profetas foram confirmadas por acontecimentos de justiça divina. A ruína dos dois últimos reis está em direta relação com a política fatal das alianças feitas com os poderes do paganismo. Peca tinha procurado o auxílio de Rezim, rei da Síria, contra Acaz, e ao princípio tinha tirado vantagens. Acaz, na imitação da política do seu rival, pediu auxílio a Tiglate-Pileser (ou Pul), rei da Assíria. Veio este monarca e incomodou terrivelmente os israelitas, levando para a Média as duas e meia tribos de além-Jordão, e tornando tributário o resto do país. Foi este o primeiro cativeiro de israel. Dez anos mais tarde, apelou oséias para Sô, rei do Egito (provavelmente Sobaco, o etíope, fundador da 25ª dinastia), a fim de que este p auxiliasse a lançar fora a carga do tributo, fazendo também parte desta liga, infelizmente, o rei Ezequias. Esta revolta foi causa de vir Salmaneser, filho de Tiglate-Pileser, sobre israel, com um grande exército - Samaria caiu diante das forças de Sargom, sucessor de Salmaneser, sendo o reino do Norte anexado à Assíria. Foi este o segundo cativeiro de israel, que trouxe em resultado a despovoação da terra. Escapou o reino de Judá por ter sido o exército de Senaqueribe, filho de Sargom, miraculosamente destruído. o conquistado território de israel foi depois povoado por colonos, que vieram da região do Tigre e Eufrates. Aliaram-se estes por casamentos recíprocos com os israelitas que tinham ficado, tomando por fim o nome de samaritanos. As devastações dos leões no despovoado país eram por eles atribuídas à cólera do ‘Deus da terra’ - e, apelando para o rei assírio, foi-lhes mandado um sacerdote do Senhor para os instruir. A religião deles era, a princípio, de uma variada espécie: ‘temiam o Senhor e ao mesmo tempo serviam aos seus próprios deuses’. Todavia, com as reformas de Josias, que se estenderam até Betel e os distritos do norte (2 Rs 23.15 - 2 Cr 34.6, 7), parece ter-se submetido o povo à destruição dos seus ídolos, e ter adotado de novo a religião israelita. Este fato também trouxe consigo novas complicações, segundo narra a história do país. Não se sabe o que aconteceu às dez tribos. Muitos israelitas parece terem voltado em diferentes períodos à sua terra. Ciro dirigiu a sua proclamação a todo o povo do Senhor (Ed 1.1 a 3) - e alguns dos ritos em conexão com a consagração do templo fazem supor que estavam presentes pessoas de todas as tribos. Além disso, muitos israelitas parece terem-se estabelecido na Galiléia e Peréia, muito tempo antes de Jesus Cristo (1 Mac 5.9 a 23). o que é certo é que nos tempos do N.T., o nome israelita já não se restringia às tribos do norte, parecendo ter-se restaurado de certo modo a antiga nacionalidade.

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