REFORMA

ESTA MATÉRIA FOI ESCRITA POR ALGUÉM NÃO NASCIDO DE NOVO (OREMOS QUE DEUS, NA SUA MISERICÓRDIA, O CHAME PODEROSAMENTE, ELE SE ARREPENDA E CREIA, E SEJA SALVO).

NO ENTANTO, TODAS AS SUAS DENÚNCIAS CONTRA COISAS HORRIPILANTES DOS PENTECOSTAIS E NEOPENTECOSTAIS SÃO VERDADEIRAS E COMPROVADAS. A MATÉRIA É UM RESUMO DE 3 ARTIGOS DO PR. DAVID CLOUD ("The Strange History of Pentcostalism", http://wayoflife.org/fbns/strange1.htm), QUE É RESPEITADÍSSIMO PELA SERIEDADE E É EXTREMAMENTE CUIDADOSO EM REUNIR PROVAS IRREFUTÁVEIS, MUITO BEM DOCUMENTADAS.

Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!  Mt.18:7.

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Mt. 7:21-23.

Pr. Timóteo Sanches



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Alguns estranhos pastores pentecostais americanos.

Gostamos muito de "macaquear" os americanos. Tomamos coca-cola às toneladas, todos os dias. Toneladas de Mc Donald's as acompanham. Do mesmo jeito, toda a patifaria religiosa de lá, acaba tendo milhões milhões de seguidores aqui.

Crenças religiosas à parte, vemos que aqui, como na terra do tio Sam, que hoje, no século XXI, muitos seguem crenças sobre doenças, dignas da Idade Média. Crêem que doenças são causadas por demônios e que o "Espírito Santo" ou "Jesus" ou "Deus" podem dar a cura. Tudo , ajudado por um obreiro, Pastor ou coisa parecida.

A crença em tais imbecilidades, já causou a ruína ou mesmo a morte de milhares de brasileiros. A imprensa covarde ou vendida a milionários do púlpito, não fala nada sobre este assunto. A História do pentecostalismo, é um impressionante amontoado de racismo, anti-semitismo, imoralidade, pedofilia, homossexualismo, mentiras, escândalos, falsos milagres tais, que nem uma grande enciclopédia poderia mostrar a maioria deles. Na verdade, o pentecostalismo teve por berço, uma região e época racista. Seu próprio fundador, o Pastor Charles Parham, era um racista declarado e destacado. Claro, além disto, ele era pedófilo e homossexual.

O título deste artigo é :"Alguns estranhos pastores pentecostais americanos". Evidentemente que aqui não há espaço para mostrar as estripulias, de alguns milhares de pastores pentecostais americanos. Eu apenas mostrarei resumidamente, a vida dos mais importantes pastores pentecostais americanos. Eu apenas mostrarei o principal da vida deles.



 

Pastor Charles Fox Parham:
 

O Pastor Charles Fox Parham é tido merecidamente, como o fundador do pentecostalismo. Foi ele o fundador das "Assemblies of God", que aqui no Brasil, tomou o nome de "Assembléias de Deus". Atualmente e desde muitos anos, a maior denominação protestante aqui.

O Pastor Charles Fox Parham, dizia receber os dons do espírito santo. Falava "em línguas", pregava muito. Desde a adolescência, era Pastor. Na verdade, ele foi o primeiro Pastor pentecostal verdadeiro do mundo.

Religião à parte, Parham era racista declarado e militante. Odiava negros e tudo o que não fosse da suprema raça ariana. Pertencia à KKK(Ku Klux Klan), desde tenra idade. Em 1910, enquanto fundava o pentecostalismo, tinha lugar de destaque na Ku Klux Klan.

Este Pastor, foi preso após ter violentado sexualmente um garoto. Como era poderoso, na KKK, soltaram-no logo. Numa hora, bradava no púlpito contra a imoralidade. Noutra, praticava sodomia.Enquanto isto, milhões acreditavam em suas pregações.

O Pastor Parham acreditava e pregava, que a cura milagrosa de doenças era um direito natural dos seguidores da palavra de Deus. Infelizmente, para ele e muitos que o cercavam, a História mostraria uma outra coisa.

A edição 58, volume XVII, Nº 2,ano de 1998, da revista Christian History, mostra uma foto de 1906. Nela, aparece uma foto do Pastor Parham , com sete seguidores, todos estavam nas escadarias do fórum de Carthage, Missouri.O próprio Pastor Parham, estava segurando uma placa, que dizia: "Apostolic Unity". Os seus seguidores, seguravam faixas que tem escrito: "Life", "HEALTH",etc. Ou seja: Publicamente Parham , mostrava a sua crença de que seguir "a Jesus", lhes daria saúde e proteção contra doenças.

O Pastor Parham, pregava publicamente que se deveria evitar se consultar com médicos e evitar crer em qualquer benefício da Medicina. Que todos deviam ao invés disto, crer que o poder de Deus/Jesus/ES os curaria. Bem , um dos filhos de Parham, pegou uma doença e morreu. Tinha apenas 16 anos. Um outro filho de Parham, morreu também de doença com 37 anos.

Os doentes genuínos que iam aos cultos do Pastor Parham, nunca ficavam curados.Um ávido seguidor do Pastor Parham, tinha uma filha, com apenas 9 anos, chamada Nettie Smith. Esta menina, ficou doente.O pai, recusou tratar a doença da filha. Esperava a cura milagrosa. Ao invés disto, a criança morreu. Este fato, fez muitos se voltarem contra Parham, pois a doença era tratável com a limitada Medicina disponível em 1904. Quanto ao Pastor Parham, ele mesmo sofreu muitas doenças e não raro, estava doente demais para pregar ou viajar.

De dezembro de 1904 até fevereiro de 1905, ele esteve acamado e doente(ver o livro "Fields White Unto Harvest, página 94, autor:James Goff Jr.).O Pastor Parham, foi também o primeiro pregador pentecostal a orar sobre um lenço e vender lenços idênticos, pelo correio. A um alto preço, evidentemente(Mesmo livro e autor citado acima, página 104).

Suas pregações/patifarias, não pararam aí. Em 1908, o Pastor Parham, passou a pregar que tinha como achar a "Arca da Aliança" bíblica. Ele declarou a jornais, que para achar a arca perdida, tinha que ter dinheiro para ir até a Palestina. Em tempos pré-jato, uma viagem a Palestina, era muito cara.

Bem, os fiéis deram a quantia necessária para a viagem, tudo arrancado dos pobres salários. Parham nunca viajou até a Palestina. Ele simplesmente embolsou a grana para a viagem e inventou que havia sido roubado em New York. Os fiéis acreditaram em mais esta farsa.

Os fiéis de Parham eram crentes mesmo.Um deles, achou que o "falar em línguas", lhe permitiria pregar o evangelho aos indianos. Viajou para Índia e lá notou que nada que falava, os indianos entendiam.

Parham, até o fim da vida, foi racista. Antes de morrer, exigiu que fosse enterrado, onde nenhum negro estivesse perto. Como se vê, o Pastor Parham deve ter sido muito inspirado pelo "espírito santo"... que não é de Jesus.



"Irmã" Aimee Semple Mc Pherson (1890-1944):
 

Foi a indiscutível fundadora da "International church of foursquare gospel", que no Brasil, é chamada de "Igreja do Evangelho Quadrangular".O livro americano "The Dictionary Of Pentecostal and Charismatic Movements", a chama de "the most proeminent woman leader has produced to date". Em bom português, o livro a chama "a mais proeminente líder feminina, que o pentecostalismo produziu até hoje".

Se Aimee Semple Mc Pherson, foi uma proeminência, um fenômeno religioso, isto nem o mais ateu dos homens, pode discutir. Do nada, ela fundou um Igreja, com milhões de seguidores.

A sua vida religiosa, começou quando ela acompanhou o seu marido, numa viagem missionária até a China. Neste país, o seu marido adoeceu. Morreu logo à seguir. A jovem viúva, retornou para os USA. Nenhuma pessoa imaginaria o que viria a seguir.

Logo depois de voltar, ela se casaria com Harold Stewart Mc Pherson, era 1911. Este segundo casamento, foi um fracasso do começo ao fim. Aimee Mc Pherson, era histérica, nervosa, negligente, preguiçosa. Além de tudo, traiu o seu infeliz marido. Nenhum de seus biógrafos sabe quantas dezenas de amantes, Aimee teve, enquanto o pobre Harold sofria. Ele finalmente, pediu divórcio em 1921(Ver o livro de Eve Simson, The Faith Healer, página 36).

Em maio de 1926, Aimee Mc Pherson deu para sumir por uns tempos. No mês seguinte, ela reapareceu no México, inventando uma fábula, de que teria sido sequestrada. Na verdade toda a fábula era para evitar que percebessem que ela havia tido uma tórrida paixão, com muito sexo, com um homem casado, chamado Kenneth Ormiston. O casal, já havia sido visto antes, numa viagem conjunta à Europa(Sobre esta parte da vida de Aimee, ver os livros "The Vanishing Evangelist" , do autor Lately Thomas).Uma recepcionista de uma loja, mostrou que Aimee e seu amante, estavam na cidade de Karmel, Califórnia. Aimee "tinha-relações-sexuais-com" [Hélio usou este termo ao invés do de Dalton, impróprio para um site cristão]  o seu amante, ao tempo em que depois inventou à imprensa que estava sequestrada. Várias outras testemunhas mostraram terem visto, as aventuras de Aimee. Enquanto isto, Aimee ia tendo cada vez mais seguidores.

Um ano depois deste escândalo, Aimee começou a enrolar os seus cabelos, a usar jóias, peles caras, usar vestidos curtos. Igualmente, bebia muito e em público, dançava, aproveitava a vida. Anos antes ela pregava contra tudo isto, garantindo o fogo do inferno a quem tivesse tais pecados. Agora, praticava aos montes estes terríveis pecados(ver o livro "Least of all saints". Autor:Robert Barh).

Em 1931, Aimee casou pela terceira vez. Desta vez o imbecil marido, se chamava David Hutton. De novo, veio divórcio desta vez em 1934.Menos de três anos de infeliz união. Aimee, casou já tendo um harém de homens. E virou ex- mulher de novo.

No livro, já citado, de Robert Barh, tem uma foto de Aimee, com alguns de seus seguidores. Ela aparece caída de bêbada, no chão. Os seguidores, se acham "batizados no espírito santo".E também no chão.

O livro "Sister Aimee", página 221,do autor Epstein, mostra as pregações religiosas, de Aimee. Diante de grandes multidões, ela pregava:"As suas desgraças serão destruídas. As suas doenças serão todas curadas. Basta apenas vocês acreditarem.Onde estiver o espírito de Deus, alí estará a sua cura."

Aimee avisava que a cura era parte do evangelho. Bastava ter muita fé e dar dinheiro a sua Igreja. Para se ter acesso à sessões de cura espritual de Aimee, os crentes tinham que comprar um cartão e alí, ficar na linha de cura de Aimee.

O livro "The Healing Question", do autor Arno Clemens Gaebelein, publicado em New York em 1925, editora Our Hope Publications, página 93, mostra um caso triste, envolvendo Aimee Mc Pherson.O autor descreve o que viu:

"Uma jovem garota, usava um óculos. Uma das lentes era totalmente preta.Eu percebi que a menina era totalmente cega de um olho e quase cega do outro. Eu observei tudo o que ocorreu, sentado, bem perto de todo o ocorrido. Enquanto orações eram feitas para ela, a jovem menina, que parecia ter em torno de 11 anos de idade, chorou e contorceu-se toda. Em sua vontade de se curar, ela fazia todos os esforços, para ser curada. Ela deixou o altar e houve um clamor público, iniciado por um dos obreiros presentes, de que ela teria sido curada. Ela gesticulou, dando a impressão, que tinha sido curada. Uma hora depois, quando o culto pentecostal acabara, eu ví um grupo de mulheres agrupadas. De longe, naquele grupo, percebi a presença da garota "curada".Mandei minha esposa ver o que era e falar com a garota "curada", caso fosse necessário. Ela achou a garota supostamente "curada", caída no chão,chorando copiosamente, com as esperanças destruídas e o coração partido. Sua decepção era completa. Assim como a sua desilusão. A melhora da visão, que havia supostamente tido, no altar, tinha sumido totalmente".*

*Nota do autor: A tradução acima, é minha. Traduzido, de autor já falecido. Direito autoral já público.

O autor Robert Barh, no livro "The Least of All Saints", diz muito bem dos últimos anos de vida de Aimee. Aimee ia aos poucos se viciando em drogas. Sua paixão por barbitúricos, se completava ao seu amor por homens na cama.

Amores à parte, ela tinha uma mãe. Ela se chamava Mildred (Minnie) Kennedy. A mãe ajudava a filha no milionário negócio evangélico. O "Angelus Temple" de Aimee era uma supermina de ouro em dinheiro. De fato, dividiam mãe e filha o dinheiro arrecadado dos fiéis. Tanto dinheiro, que deu numa sucessão de brigas horríveis, entre mãe e filha. Já em 1927, Aimee demitiu sua mãe do cargo que exercia na Igreja do Evangelho Quadrangular.
  Depois,por um curto período de tempo, Mildred voltou à administrar coisas na Igreja, pois a filha havia feito uma série enorme de investimentos fracassados. Uma briga entre mãe e filha, teve como resultado Aimee quebrar o nariz da mãe com um forte soco(Ver página 296, da obra de Robert Barh, já citada).

A ligação de mãe e filha terminava. O dinheiro e os escândalos de Aimee não. Em 1937, Mildred, apoiada pela neta Roberta, decidiu processar a filha Aimee. Não era a questão do nariz quebrado. O dinheiro era de novo o centro do processo. Aimee ganhou a questão.

Se Aimee ganhava cada vez mais dinheiro, com seu imenso e crescente império religioso, não ganhava paz de espírito. Cada vez mais, se entregava às drogas. Morreu de overdose de drogas em 1944. Deixou para a mãe a quantia de dez dólares, dizendo que caso ela contestasse isto, então não receberia nada (Ver a obra de Robert Barh, página 282).


Pastor A. A. Allen (1911-1970)
 

Este Pastor pentecostal era um bêbado e um completo charlatão. Ele publicava uma revista chamada "miracle magazine"( revista do milagre). Esta publicação era cheia de imbecilidades e fraudes, como a de uma mulher , que teria perdido mais de 100 quilos em segundos, durante um dos cultos de cura, promovidos por este Pastor. Em 1956, ele começou a dizer que óleo miraculoso aparecia pingando de suas mãos e de sua cabeça. Ele usava o mesmo truque usado pelo brasileiro Thomas Green Morton, mais de 30 anos depois. Outro dos truques usados por este Pastor, era mostrar notas de US$1,00 virarem "miraculosamente" notas de US$20,00.Qualquer mágico faria melhor, mas os fiéis acreditavam piamente.

Os fiéis, mandavam fortunas em dinheiro. Ele montou um milionário negócio religioso. Ganhava milhões de dólares, todos os anos. Mesmo assim, entregou-se totalmente à bebida. Foi preso por dirigir bêbado, em 1955, enquanto dirigia um "retiro" religioso.

No casamento, foi outro desastre completo. Batia na mulher, tinha amantes. Usava o dinheiro dos fiéis, para sustentar as ditas amantes. Um alcoolatra completo. Enquanto os seus liderados faziam uma "cruzada" religiosa pelo oeste da Virgínia, o Pastor Allen, foi para bem longe dalí, mais exatamente para San Francisco California. Ali morreu sozinho num motel, aparentemente de complicações por alcolismo.



Pastor Jack Coe (1918-1956)
 

O Pastor Jack Coe, tinha como é tradicional, uma série de pregações de que curaria os doentes pelo "poder de Deus". Ele pregava que "Consultar médicos equivalia a ter a marca da besta bíblica"(Ver o livro de Simson, "The Faith Healer", página 164.).

Uma vida inteira dedicada a falar mal da Medicina e dos médicos. A pregar que "Deus cura", "se você acreditar, será curado",etc.

Bem, em fevereiro de 1956, Jack Coe estava em mais uma de suas "cruzadas de curas milagrosas".Estava em Miami, Flórida. O Pastor Jack Coe impôs as mãos sobre um menino que estava doente de polio. A mãe do garoto se chamava Ann Clark. O Pastor Coe, disse a ela: "Se você acredita que Jesus irá curar o seu filho, retire os ferros das pernas dele".Ela imediatamente tirou as muletas do filho, que tentou dar um passo e caiu de imediato, direto no chão. Mesmo diante de tal demonstração cabal da farsa que eram os ensinamentos do Pastor Jack Coe, ela mesmo assim continuou acreditando nele.

Acreditando que devia seguir esperando a cura, por meio da fé em Deus, ela seguiu as ordens do Pastor Jack Coe. Ela não recolocou os ferros na perna do menino, que ia piorando. Vendo a piora do filho, ela foi a um Médico. O doutor mandou recolocar os ferros no filho.

Revoltada por tudo, ela finalmente percebeu ter sido enganada. Decidiu abrir um processo contra Coe, que garantia que o menino não se curara da pólio, por "não crer no poder de Jesus Cristo". O processo, teve larga cobertura da imprensa. O Pastor Jack Coe foi processado por praticar ilegalmente a Medicina. No final, Jack Coe foi absolvido.

Passaram-se alguns meses. Neste mesmo ano de 1956, o Pastor Jack Coe adoeceu. De que? Poliomielite é claro. O mesmo Pastor que garantia que consultar médicos era se condenar a ter "a marca da besta bíblica", agora estava internado num hospital. Cercado de médicos. Mesmo assim, doença foi piorando. E o Pastor Jack Coe morreu desta doença. Em poucos meses, a realidade da farsa que era este Pastor, foi mostrada a todos.

Pouco tempo depois da morte de Coe, a sua viúva, Juanita Coe, publicou um livro, desmascarando os milagres fajutos de Coe e seus colegas pastores "milagreiros". Infelizmente, a imbecilidade seguiu e Jack Coe, está cheio de sucessores.



Pastor Charles Price (1880-1947):
 

Este Pastor cedo desenvolveu fé no pentecostalismo. Ele foi inclusive, batizado "no espiríto santo", por Aimee Mc Pherson, já descrita acima.

Em 1922, este Pastor começou "cruzadas de curas", por muitas partes do mundo. Atraía multidões imensas.

No ano de 1923, este pastor promoveu uma "cruzada de curas" em Vancouver, Canadá. Um grupo de médicos decidiu investigar. O Pastor Charles Price, apresentou um grupo de 350 pessoas, que diziam-se "curados" por ele.

O artigo "Faith Healing and Healing Faith", de autor Richard Wolfe, publicado no Jornal da Indiana Medical Association, nº53, abril de 1959, mostra o poder de cura da fé:
 

Dos 350 se diziam "curados", quando o estudo começou. Após seis meses:

*301 ---»Não haviam melhorado em nada.

*39 -----»Haviam morrido.

*5 ------»Haviam enlouquecido.

*5 ------»Tinham doenças inexistentes.

*0 ------»Haviam sido de fato curados, de doenças genuínas.



Pastor Smith Wigglesworth (1859-1947)
 

Este Pastor, nasceu num lar protestante e depressa, foi trocando de igreja. Foi metodista, anglicano, etc. No ano de 1907, aderiu ao pentecostalismo, sendo "batizado no espírito santo".

Pregava contra a Medicina. Dizia publicamente, que tendo lenços abençoados, se teria a proteção de doenças, para si mesmo e para seus familiares. Vendia os tais lenços abençoados por uma fortuna, seguindo o caminho do também Pastor Charles F. Parham.

Se tais lenços abençoados, funcionavam em outros, é uma questão de fé. No Pastor Smith, foram um desastre. Seis depois do "batismo no espírito santo", a esposa deste Pastor morreu. Dois anos depois, seu filho também morreu. A sua filha, que era surda. Ía sempre aos cultos de cura, promovidos pelo pai. Morreu completamente surda.O próprio Pastor Smith sofreu de pedras biliares, sendo curado pelos desprezíveis médicos.



Pastor Oral Roberts (1918-?*) :

*Desconheço se Oral Roberts está vivo ou não. Para o aqui escrito, isto não interessa.


O Pastor Oral Roberts, pregou sempre que as doenças, eram criações do demônio. Sendo coisas de demônios, ele dizia que a sua mão direita "captava", os demônios que causavam as doenças. Ele dizia que quando o poder de Deus era enviado para ele, sentia como que um fogo líquido em suas mãos.

Em 1950, ele disse a seus seguidores, que o fim do mundo seria naquele ano mesmo. O fim do mundo não veio, mas Oral Roberts arranjou mais seguidores.

Ele mantinha uma revista de nome "Healing Waters". Na edição de março de 1952, esta revista publicou que "mais de 20.000 grandes médicos congratulam o Pastor Oral Roberts". Desconfiados, dois Pastores presbiterianos, decidiram procurar a American Medical Association (AMA) , para ver se tal matéria era verdadeira. Tudo era uma mentira, inventada por Oral Roberts para se promover.

Nunca houve nenhuma cura , vinda deste Pastor pentecostal/charlatão. Na verdade, todas as "cruzadas de cura" deste Pastor tem sido um conjunto de farsas, misturadas a mortes e até coisas dignas de comédias pastelão.Alguns exemplos:

*Em 8 de setembro de 1950, em Amarillo Texas, Oral Roberts estava pregando suas "curas", numa tenda. Enquanto falava nas "curas", uma imensa ventania chegou. Tão forte que a tenda caiu. Um homem de 64 anos morreu, na queda de um pedaço de madeira na cabeça dele. Primeira "cura" famosa de Oral Roberts.

*Em 10 de setembro de 1950, na mesma cidade de Amarillo Texas, Oral Roberts mandou reerguer outra tenda, para mais "curas". Enquanto ele falava de novo em "curas", outra ventania veio. A lona caiu e desabou. Desta vez, nenhum dos crentes morreu, mas 50 foram para o hospital. Digno de comédia pastelão, não acham?

*Em 1951, numa cruzada de "curas", no Alabama, um homem de negócios foi à cruzada de Roberts. Morreu de ataque cardíaco. Foi a segunda "cura" famosa de Oral Roberts.

*Em 1955, Oral Roberts foi a outra cruzada de "curas". Desta vez foi em Calgary, província de Alberta, Canadá. Um dos crentes , chamado Jonas Rider morreu.

*Em 1956, o Pastor Oral Roberts, decidiu alugar um espaço na televisão. Era o começo da era dos televangelistas, que dura até hoje. Uma crente, chamada Mary Vondersher, apareceu no programa de Oral Roberts, para dar o testemunho de uma "miraculosa cura", obtida por intermédio deste Pastor. Vinte horas depois desta "miraculosa cura", ela morreu.

*O ano de 1959, teve um número recorde de "curas", nas cruzadas de Oral Roberts. Uma crente de 64 anos, morreu em janeiro, em Oakland, California. Em maio daquele ano, em uma nova cruzada, as "curas" vieram em dose dupla. Morreram uma criança de três anos e uma velha índia de 64 anos, que morreu num acidente de estrada.
 

Para completar, em julho de 1959, uma crente morreu, após ter declarado ter sido "curada" por Roberts, na última cruzada de cura daquele ano.

Após tantas cruzadas de "curas", Oral Roberts, milionário, decidiu abrir uma universidade. Era para obter a cura do câncer. Nada foi obtido, mas dezenas de milhões de dólares foram gastos. Tio Sam e os fiéis são muito bestas.



Pastor John Wimber (1934-1997)
 

Como todos os outros pastores pentecostais, citados acima, ele pregava as virtudes da "cura pela fé".Garantia ser um canal com Deus para a cura dos homens,etc.

Uma demonstração dos poderes de cura deste Pastor pentecostal ou charlatão, como o queiram, foi que ele tentou "curar" duzentas crianças sofrendo de síndrome de Down. Nenhuma se curou até hoje(Ver o artigo "John Wimber Changes His Mind!", publicado na revista "The Protestant Review" , nº de julho de 1990.O autor é Phillip D. Jensen).



Pastor Jamie Buckingham (1933-1992):
 

Parecido com todo o resto, Jamie , tinha uma igreja com mais de 2.000 adeptos. A sua principal fonte de renda, foram seus livros, mais de 40 livros. Mais de 20 milhões de exemplares destes livros, foram vendidos.Eles garantiram uma fortuna a este Pastor.

Em 1990, foi diagnosticado câncer neste Pastor. Tanto a sua esposa, como o Pastor Oral Roberts (descrito já acima), "profetizaram" que ele seria curado desta doença. Em julho de 1990, este Pastor disse publicamente que Deus em pessoa, apareceu enquanto ele tomava banho. Deus lhe garantiu, que ele viveria mais de 100 anos, em boa saúde. Em julho de 1990, ele fez uma cirurgia. O médico lhe garantiu que o câncer havia sido removido. E que o prognóstico era bom.

Em outubro de 1990, a revista americana"Charisma", publicou um artigo deste Pastor, intitulado "Healed!".Curado!, numa tradução óbvia. Em abril de 1991, a mesma revista, apareceu com outro artigo deste mesmo Pastor. Desta vez intitulado "My Summer of Miracles".Traduzindo:Meu verão de milagres.

Todas estas "profecias" e "testemunhos", absolutamente foram desmentidas pelo fato. Em 17 de fevereiro de 1992, o Pastor Jamie Buckingham morreu de câncer. Deve ter sido mais uma "cura" de Oral Roberts. Ou terá sido obra de um Deus que gosta de falar com um Pastor, enquanto este está nú?



Pastor Gary North :
 

Este Pastor está sempre num programa de rádio americano.

Tem milhões de ouvintes e sempre está com milhões de atentos às suas rádio pregações. Afirma que é "um profeta enviado de Deus". 

"profecias".Alguma destas "profecias":

*Irá acontecer uma guerra nuclear global, ao longo dos anos 1980...

*A União Soviética irá invadir o mundo ocidental e dominar os Estados Unidos...

*A economia mundial irá entrar em colapso até 1990...

*Em 1º de janeiro de 2.000, todas as redes de computadores no mundo entrarão em colapso total...

Tudo um fracasso...

Ah, este "profeta enviado por Deus", diz que não se deve jogar. Ainda bem que tem algum conselho bom, pois ele não acerta uma...



Pastor John Alexander Dowie (1847-1907):
 

Se o Pastor/racista/pedófilo/gay Charles Fox Parham é o pai do pentecostalismo, este cidadão é o avô de todas as igrejas  pentecostais.

Ele mantinha uma revista chamada "Leaves of Healing", que tinha distribuição e influência mundiais. Nesta publicação e por meio de discursos públicos, Dowie garantia que "Jesus garantia a cura". Dowie tinha um verdadeiro horror não só por médicos, como também por vendedores de remédios. Na verdade , ele dizia que Médico era um instrumento do demônio. Quando a sua própria filha foi queimada por uma lamparina, ele proibiu que ela tivesse passada vaselina em seu ferimento, para aliviar a dor. Na verdade, ele proibiu que sua filha tivesse qualquer alívio da queimadura dolorosa por um médico/instrumento do demônio. A menina teve por fim, uma dolorosa e terrível morte, sem que ele fizesse nada para aliviar seu sofrimento.

Enquanto desprezava os médicos, o Pastor Dowie mandava os doentes às suas "casas de cura pela fé".Cobrava pelas tais "curas", uma pequena fortuna. Ajuntou uma boa grana.

Ele proibiu a seus fiéis de consumirem carne de porco. As tais "casas de cura pela fé", lhe rendiam uma fortuna. Ele foi inclusive condenado em primeira instância por fraude. Esta condenação foi anulada e ele nunca foi preso.

No final da vida, o Pastor Dowie resolveu criar a "City of Zion". Supostamente com fins religiosos, na verdade era uma mera fachada para a sua vida ultra luxuosa e cara. Ele era também um homem que pregava as virtudes do evangelho e na mesma hora, ía "comer" suas dúzias de amantes, que incluiam também menores e dizem - homens.

Em 1901, este pastor se declarou "Elias, o Profeta". Pouco tempo depois este, "Elias, o Profeta", teve um derrame cerebral. Ficou totalmente inválido. O mesmo homem que jurava curar tudo, com poderes divinos, viveu seus últimos dias incapaz de sequer andar.

Qualquer semelhança com vários dos descritos acima e de casos atuais de pentecostais brasileiros, não é mera coincidência.

Quanto à "Zion City", faliu totalmente. No entanto, como nos mostra o "Dictionary of Pentecostal and Charismatic Movement"- Dicionário do movimento pentecostal e carismático, quase todos os fundadores do pentecostalismo, eram ex-seguidores do já falecido Pastor Dowie. De fato, a publicação acima citada, diz que dúzias de pastores pentecostais, vieram da liquidada Zion City e eram fanáticos seguidores do imoral Pastor Dowie. De fato, três dos fundadores das Assemblies of God/Assembléias de Deus, eram ex-seguidores do finado Pastor Dowie.



Pastor Jimmy Bakker , atende pelo nome de Jim Bakker:
 

O Pastor Jim Bakker,pelo que eu sei, está vivo e bem de saúde. Ele já foi solto da cadeia. Sua Ex-mulher, Tammy Bakker, igualmente, enquanto escrevo estas letras, está bem de saúde.

Este Pastor, desde o início, começou a fazer-se muito rico, no ramo do televangelismo. Suas "pregações do evangelho", levaram o seu PTL(Pray The Lord), a ter mais de 10 milhões de fiéis seguidores apenas nos USA. A programação de seus programas via satélite, atingia nações de todos os continentes.

A fé de tanta gente, do país mais rico do mundo, o tornou um miliardário. Jim Bakker, vivia numa mansão tão imensa, que conhecidos milionários tinham inveja dela. Entre as excentricidades, havia a casa de cachorro, que tinha ar-condicionado. Sim:Casa de cachorro com ar-condicionado!

De fato, a capacidade de convencer as pessoas, deste Pastor era imensa. Sua simples presença, num altar, fazia com que centenas de seus fiéis, começassem a "falar em línguas". Começassem a sentir a "presença do espírito santo". Milhares de milagres eram a ele atribuídos.

De fato, o Pastor Jim Bakker, oferecia o que seus fiéis buscavam. Sempre de bíblia na mão, dizia-se sempre "inspirado por Deus". Seus sermões sempre pregavam contra o pecado, principalmente a homossexualidade, o sexo fora do casamento, exigiam uma vida regrada e modesta. Falavam sempre do valor da honestidade e do trabalho. Garantia que os praticantes de sodomia ou de adultério "tinham lugar garantido no inferno". Nada muito diferente dos sermões religiosos, exceto no imenso volume arrecadado.

Nos bastidores, o "pai da moralidade", se transformava. Tão logo terminava o seu programa televisivo, cheio de pregações de moral e cristianismo, este Pastor se entregava ao sexo. Ele mantinha um harém de prostitutas e de gays altamente bem pagos. Entre suas preferências sexuais estava claro, a sodomia. Nada em assunto de sexo, lhe dava mais prazer, nem era por ele mais praticada. Seu casamento com Tammy, era apenas uma fachada, que ambos mantinham, para enganar os fiéis e arrecadar fortunas em dinheiro.

A imensa generosidade/imbecilidade dos fiéis, já nos anos setenta, os tinha feito milionários. O Pastor Jim Bakker, sonhava com mais e conseguiu. Ele arrecadou algumas dezenas de milhões de dólares e construiu um imenso parque temático, de nome "Heritage USA". Uma verdadeira "Disneylândia cristã"( Ver livro "A Revanche de Deus", de Gilles Kepel ,páginas 125-133).

Era um parque de dimensões imensas. Uma piscina imensa era destinada apenas a se fazerem batizados.Havia um edifício imenso, com uma imitação do inferno. Outro maior ainda, mostravam o paraíso. Construções imensas, mostravam inúmeros temas bíblicos. Tudo isto atraía milhões de visitantes por ano.

A imensa piscina de batismo no "espírito santo", levava milhares de crentes a terem delírios divinos, a "falarem em línguas", a desmaiarem ao "sentir a presença de Deus". Se Deus/Jesus/Espírito Santo estavam fazendo tais coisas, é uma questão de fé. Não é uma questão de fé, o fato desta "Disneylândia cristã", ser o lugar preferido para o Pastor Bakker ter suas surubas e bacanais sexuais, num lugar escondido em meio a esta "Disneylândia cristã". Heritage USA, era também um motel gay, embora seus milhões de visitantes anuais ignorassem isto.

Já nos anos setenta, um jornal americano, o "The Charlotte Observer", já começava a denunciar o casal de evangélicos. Infelizmente, tudo o conseguido com tais denúncias, foi a revolta dos milhões de seguidores dos Bakker. Outras denúncias bem mais curtas, em outros órgãos de imprensa, igualmente deram em nada(Livro "A Revanche de Deus".Autor:Gilles Kepel, páginas 125-130).

Curiosamente, quem o desmascarou para sempre, foi um outro Pastor, chamado Jimmy Swaggart, que será descrito logo a seguir. Swaggart, ficou cheio de inveja, pela imensa fortuna do chará e colega. Ao mesmo tempo já tinha informações sobre Bakker. Swaggart, contratou um Detetive particular. Este voltou com um monte de fotos comprometedoras, de posse delas e de gravações, Swaggart fez chegar tudo à imprensa. Ao mesmo tempo, vários repórteres já dispunham de toda a sorte de coisas terríveis contra ele. Para completar, uma das ex-amantes do Pastor Jim Bakker, posou nua numa revista masculina.

A "Heritage USA", foi à falência. Seguiu o caminho da "Zion City" do Pastor Dowie, quase cem anos antes. Dezenas de milhões de dólares de fiéis, sumiram. O Pastor Jim Bakker, foi a julgamento por falência fraudulenta. Condenaram-no a 45 anos de cadeia. Uma instância superior, diminuiu a pena e ele já está solto. Ouvi dizerem, que segue pregando, mas com um número diminuto de fiéis. Quanto a casa de cachorro com ar-condicionado, foi vendida em leilão, para pagar as dívidas milionárias da "Heritage USA" e outros negócios fraudulentos de Jim Bakker. A então esposa de Jim, Tammy Bakker, encerrou a farsa a que chamava de casamento.


Pastor Jimmy Swaggart:
 

O Pastor Jimmy Swaggart, era outro dos grandes "televangelistas", ao lado de seu chará Jimmy Bakker. Tinha um programa de televisão, exibido em todos os continentes. Passava aqui no Brasil, tendo milhões de telespectadores.

Tal e qual seu chará, ele era um Pastor pentecostal. Em seu programa com dezenas de milhões de telespectadores no mundo todo, bradava contra a imoralidade. Sempre próximo de uma bíblia, exigia milhões de dólares de contribuição. Dizia-se mensageiro de Deus. Garantia que os adúlteros iam ao inferno. Nada muito diferente de Jim Bakker.

Na várias vezes que veio ao Brasil, Swaggart atraiu sempre imensas multidões. Pessoas desmaiavam. Milhares "falavam em línguas", apenas ao saber que ele estava próximo. Milhares de "milagres" , eram a ele atribuídos aqui no Brasil.

Diante de tal fachada, havia um patife imoral e falso. No mesmo dia que pregava sermões contra a imoralidade, pagava os serviços de prostitutas. Gostava muito de sexo. E claro, o dinheiro dos fiéis, lhe dava um padrão de vida de milionário.

Como escrito antes, ele aproveitou-se da queda do chará e colega Jimmy Bakker. O último, resolveu-se a dar o troco. Bakker contratou um outro Detetive particular. Este desmascarou totalmente Jimmy Swaggart, como uma xerox de Bakker.

Desmascarado, o Pastor Swaggart chorou publicamente em seu programa. Tais lágrimas, não impediram a queda vertiginosa das doações de seus fiéis. Segundo o E-mail me enviado por um americano, Jimmy Swaggart segue Pastor, embora com pequena comunidade de seguidores.



A minha conclusão final:
 

Como já havia escrito antes, para se escrever sobre as patifarias e abusos dos pastores pentecostais, precisaria de escrever uma enciclopédia, com muitos anos de pesquisa. Ele não visa tampouco apreciar os abusos dos pastores pentecostais brasileiros. Apenas falei de alguns pastores americanos.

A minha intenção, desde o título, foi e é mostrar as informações em geral, curtas, sobre alguns líderes pentecostais americanos. Nada longo demais.Daí que Este artigo tem que ser pequeno.

Embora pequeno, desejo dizer a todos que o lerem, que eu mostro, documentadamente, que estes "pastores", "irmã", "Elias, o Profeta",etc ; nada curaram, a não ser a própria gana por dinheiro alheio. Nada aliviaram a não ser o masoquismo (desejo de sofrer), de seus infelizes seguidores. Suas vidas e suas mortes, mostraram a todos os possuidores de alguma inteligência, que eles nada mais eram que infames charlatães.



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Bibliografia:



*Boa parte da biografia, já está citada acima.

*Livro "THE LIFE OF CHARLES F. PARHAM: Founder of Apostolic Faith Movement." Autora: Sarah E. Parham. Editora Garland Publishing Inc; New York and London, 1985. Foi publicado originalmente em 1930.

*Livro "The Faith Healers", de James Randi. Editora: Prometheus Books.

*Livro "A Vingança de Deus". Autor:Gilles Kepel. Editora Siciliano.Traduzido por J. E. Smith Caldas.

NA INTERNET, CONSULTEI ALGUNS SITES,PARA EXTRAIR PARTE DAS INFORMAÇÕES ACIMA:

*Azuza Street; Rick Joiner. Ver o site www.christianworld.org/revival/fire.html

*Robert Longman Jr.; www.spirithome.com/histpen1.html

*"The origins of pentecostalism" autor:Vinson Sinar, PhD. O artigo estava no site: http://www.oru.edu/university/library/ holyspirit/pentorg1.html ; o autor é bom no tema.

*Site http://www.christianityonline.com/christianhistory/58H/ 58H010.html ; site religioso. Tirando alguns exageros, é bom.

*Site http://www.wayoflife.org/

*Site http://216.131.88.114/links/stoopid.htm ; uma lista bastante grande de patifarias religiosas de pentecostais.

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Autor: Dalton Catunda Rocha.




Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).




(retorne a http://solascriptura-tt.org/Seitas/ Pentecostalismo/
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BREVE HISTÓRIA DO PROTESTANTISMO NO BRASIL Alderi Souza de Matos 1. O contexto político-religioso (1500-1822) Portugal surgiu como nação independente da Espanha durante a Reconquista (1139-1249), ou seja, a luta contra os muçulmanos que haviam conquistado boa parte da Península Ibérica vários séculos antes. Seu primeiro rei foi D. Afonso Henriques. O novo país tinha fortes ligações com a Inglaterra, com a qual iria firmar posteriormente o Tratado de Windsor, em 1386. O apogeu da história de Portugal foi o período das grandes navegações e dos grandes descobrimentos, com a conseqüente formação do império colonial português na África, Ásia e América Latina. No final da Idade Média, a forte integração entre a igreja e o estado na Península Ibérica deu origem ao fenômeno conhecido como “padroado” ou patronato real. Pelo padroado, a Igreja de Roma concedia a um governante civil certo grau de controle sobre uma igreja nacional em apreciação por seu zelo cristão e como incentivo para futuras ações em favor da igreja. Entre 1455 e 1515, quatro papas concederam direitos de padroado aos reis portugueses, que assim foram recompensados por seus esforços no sentido de derrotar os mouros, descobrir novas terras e trazer outros povos para a cristandade. Portanto, a descoberta e colonização do Brasil foi um empreendimento conjunto do Estado português e da Igreja Católica, no qual a coroa desempenhou o papel predominante. O estado forneceu os navios, custeou as despesas, construiu as igrejas e pagou o clero, mas também teve o direito de nomear os bispos, recolher os dízimos, aprovar documentos e interferir em quase todas as áreas da vida da igreja. Um dos primeiros representantes oficiais do governo português a visitar o Brasil foi Martim Afonso de Souza, em 1530. Três anos depois, foi implantado o sistema de capitanias hereditárias, que, todavia, não foi bem-sucedido. Diante disso, Portugal começou a nomear governadores-gerais, o primeiro dos quais foi Tomé de Sousa, que chegou em 1549 e construiu Salvador, na Bahia, a primeira capital da colônia. Com Tomé de Sousa vieram os primeiros membros de uma nova ordem religiosa católica que havia sido oficializada recentemente (1540) – a Sociedade de Jesus ou os jesuítas. Manoel da Nóbrega, José de Anchieta e seus companheiros foram os primeiros missionários e educadores do Brasil colonial. Essa ordem iria atuar ininterruptamente no Brasil durante 210 anos (1549-1759), exercendo enorme influência sobre sua história religiosa e cultural. Muitos jesuítas foram defensores dos índios, como o afamado padre Antonio Vieira (1608-97). Ao mesmo tempo, eles se tornaram os maiores proprietários de terras e senhores de escravos do Brasil colonial. Em 1759 a Sociedade de Jesus foi expulsa de todos os territórios portugueses pelo primeiro-ministro do rei D. José I, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (1751-1777). Por causa de sua riqueza e influência, os jesuítas tinham muitos inimigos entre os líderes eclesiásticos, proprietários de terras e autoridades civis. Sua expulsão resultou tanto do anticlericalismo que se alastrava pela Europa quanto do “regalismo” de Pombal, isto é, a noção de que todas as instituições da sociedade, em especial a igreja, deviam ser inteiramente subservientes ao rei. Pombal também determinou a transferência da capital colonial de Salvador para o Rio de Janeiro. Desde o início da colonização, a coroa portuguesa foi lenta em seu apoio à igreja: a primeira diocese foi fundada em 1551, a segunda somente em 1676 e em 1750 havia apenas oito dioceses no vasto território. Nenhum seminário para o clero secular foi criado até 1739. Todavia, a coroa nunca deixou de recolher os dízimos, que vieram a ser o principal tributo colonial. Com a expulsão dos jesuítas, que eram em grande parte independentes das autoridades civis, a igreja tornou-se ainda mais fraca. Durante o período colonial, a atuação dos bandeirantes, aventureiros que se embrenhavam pelo interior em busca de pedras preciosas e escravos, foi decisiva para a expansão territorial do Brasil. Suas ações foram facilitadas e incentivadas pela União Ibérica, ou seja, o controle de Portugal pela Espanha durante sessenta anos (1580-1640). Os bandeirantes chegaram a atacar as missões jesuíticas da bacia do rio Paraná, conhecidas como “reduções”, levando centenas de indígenas para os mercados de escravos de São Paulo. A escravidão de índios e negros foi uma constante no período colonial. Outro fenômeno marcante foi a corrida do ouro nas Minas Gerais (1693-1760), que trouxe benefícios e problemas. No período colonial houve dois tipos bastante distintos de catolicismo no Brasil. Em primeiro lugar, havia a religiosidade dos colonos, escravos e senhores de engenho, centralizada na “casa grande” e caracterizada pela informalidade, pequena ênfase em dogmas, devoção aos santos e Maria e permissividade moral. Ao mesmo tempo, nos centros urbanos havia o catolicismo das ordens religiosas, mais disciplinado e alinhado com Roma. Havia ainda as irmandades, que por vezes tinham bastante independência em relação à hierarquia. Em conclusão, no período colonial o estado exerceu um rígido controle sobre a área eclesiástica. Com isso a igreja teve dificuldade em realizar adequadamente o seu trabalho evangelístico e pastoral. O catolicismo popular era culturalmente forte, mas débil nos planos espiritual e ético. Apesar das suas debilidades, a igreja foi um importante fator na construção da unidade e da identidade nacional. 2. Presença protestante no Brasil colonial Nos séculos 16 e 17, duas regiões do Brasil foram invadidas por nações européias: a França e a Holanda. Muitos dos invasores eram protestantes, o que provocou forte reação dos portugueses numa época em que estava em pleno curso a Contra-Reforma, ou seja, o esforço da Europa católica no sentido de deter e mesmo suprimir o protestantismo. O esforço pela expulsão dos invasores fortaleceu a consciência nacional, mas ao mesmo tempo aumentou o isolamento do Brasil. 2.1 Os franceses na Guanabara (1555-1567) Em dezembro de 1555 chegou à baía de Guanabara uma expedição comandada por Nicolas Durand de Villegaignon. O empreendimento contou com o apoio do almirante Gaspard de Coligny (1519-1572), um simpatizante e futuro correligionário dos protestantes franceses (huguenotes). Inicialmente, Villegaignon se mostrou simpático à Reforma. Escreveu ao reformador João Calvino, em Genebra, na Suíça, pedindo pastores e colonos evangélicos para sua colônia. Uma segunda expedição chegou em 1557, trazendo um pequeno grupo de huguenotes liderados pelos pastores Pierre Richier e Guillaume Chartier. Um integrante da comitiva era Jean de Léry, que mais tarde se tornou pastor e escreveu o livro História de uma viagem à terra do Brasil, publicado em Paris, em 1578. No dia 10 de março de 1557 esse grupo realizou o primeiro culto protestante da história do Brasil e das Américas. Rapidamente surgiram divergências entre Villegaignon e os calvinistas acerca dos sacramentos e de outras questões. O pastor Chartier foi enviado de volta para a França e os colonos protestantes foram expulsos. O navio em que vários deles voltaram para a França começou a apresentar problemas e cinco deles se ofereceram para retornar à terra: Jean de Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon,, André Lafon e Jacques le Balleur. Em resposta a uma série de perguntas apresentadas pelo comandante, esses homens escreveram um belo documento, a Confissão de fé da Guanabara (1558). Três deles foram executados por causa de suas convicções. André Lafon, o único alfaiate da colônia, teve a vida poupada. Le Balleur fugiu para São Vicente, ficou encarcerado por vários anos em Salvador, e finalmente foi levado para o Rio de Janeiro em 1567, sendo enforcado quando os últimos franceses foram expulsos pelos portugueses. Os calvinistas tiveram uma preocupação missionária em relação aos índios, mas pouco puderam fazer por eles. Léry expressou atitudes contraditórias que provavelmente eram típicas dos seus comanheiros: embora interessado na situação espiritual dos indígenas, a relutância dos mesmos em aceitar a fé cristã o levou a concluir que eles talvez estivessem entre os não-eleitos. A França Antártica entrou para a história como a primeira tentativa de se estabelecer uma igreja e um trabalho missionário protestante na América Latina. 2.2 Os holandeses no Nordeste (1630-1654) Em 1568 as Províncias Unidas dos Países Baixos tornaram-se independentes da Espanha. A nova e próspera nação calvinista criou em 1621 a Companhia das Índias Ocidentais, na época em que Portugal estava sob o domínio da Espanha (1580-1640). Em 1624 os holandeses tomaram Salvador, a capital do Brasil, mas foram expulsos no ano seguinte. Em 1630 a Companhia das Índias Ocidentais tomou Recife e Olinda e dentro de cinco anos apossou-se de grande parte do nordeste brasileiro. O maior líder do Brasil holandês foi o príncipe João Maurício de Nassau-Siegen, que governou por apenas sete anos (1637-1644). Ele foi notável administrador e incentivador das ciências e das artes. Concedeu uma boa medida de liberdade religiosa aos habitantes católicos e judeus do Brasil holandês. Os holandeses criaram sua própria igreja estatal nos moldes da Igreja Reformada da Holanda. Durante os 24 anos de dominação, foram organizadas 22 igrejas e congregações, dois presbitérios e um sínodo. As igrejas foram servidas por mais de 50 pastores (“predicantes”), além de pregadores auxiliares (“proponentes”) e outros oficiais. Havia também muitos “consoladores dos enfermos” e professores de escolas paroquiais. As igrejas destacaram-se pela sua atuação beneficente e sua ação missionária junto aos índios. Havia planos de preparação de um catecismo, tradução da Bíblia e ordenação de pastores indígenas. Todavia, levados por considerações econômicas e agindo contra as suas convicções religiosas, os holandeses mantiveram intacto o sistema de escravidão negra, ainda que tenham concedido alguns direitos aos escravos. Após alguns anos de divergências com os diretores da Companhia das Índias Ocidentais, Maurício de Nassau renunciou em 1644 e no ano seguinte começou a revolta dos portugueses e brasileiros contra os invasores, que finalmente foram expulsos em 1654. No restante do período colonial, o Brasil manteve-se isolado, sendo inteiramente vedada a entrada de protestantes. Porém, com a transferência da família real portuguesa, em 1808, abriram-se as portas do país para a entrada legal dos primeiros protestantes (anglicanos ingleses). 3. Igreja e Estado no Brasil Império (1822-1889) Com a independência do Brasil, surgiu a necessidade de atrair imigrantes europeus, inclusive protestantes. A Constituição Imperial, promulgada em 1824, concedeu-lhes certa liberdade de culto, ao mesmo tempo em que confirmou o catolicismo como religião oficial. Até a Proclamação da República, os protestantes enfrentariam sérias restrições no que diz respeito ao casamento civil, uso de cemitérios e educação. Desde o século 18, começaram a se tornar influentes no Brasil novos conceitos e movimentos surgidos na Europa, tais como o iluminismo, a maçonaria, o liberalismo político e os ideais democráticos americanos e franceses. Tais idéias tornaram-se especialmente influentes entre os intelectuais, políticos e sacerdotes, e tiveram dois efeitos importantes na área religiosa: o enfraquecimento da Igreja Católica e uma crescente abertura ao protestantismo. O liberalismo de muitos religiosos brasileiros, inclusive bispos, é ilustrado pelo padre Diogo Antonio Feijó (regente do império de 1835 a 1837), que em diferentes ocasiões propôs a legalização do casamento clerical, sugeriu que os irmãos morávios fossem convidados para educar os índios brasileiros e defendeu um concílio nacional para separar a igreja brasileira de Roma. O imperador D. Pedro II (1841-1889) utilizou plenamente seus direitos legais de padroado, bem como os poderes adicionais do recurso (em casos de disciplina eclesiástica) e do beneplácito (censura de todos os documentos eclesiásticos antes de sua publicação no Brasil), em virtude da sua preocupação com o ultramontanismo. Um autor comenta que, durante o longo reinado de Pedro II, a igreja não passou de um departamento do governo. Todavia, no pontificado do papa Pio IX (1846-1878) Roma começou a exercer um maior controle sobre a igreja brasileira. As idéias da encíclica Quanta cura e seu Sílabo de Erros tiveram rápida difusão, apesar de não terem recebido o beneplácito de Pedro II. O Sílabo atacou violentamente a maçonaria numa época em que os principais estadistas brasileiros e o próprio imperador estavam ligados às lojas. Isto acabou desencadeando a famosa “Questão Religiosa” (1872-75), um sério confronto entre o governo e dois bispos do norte do Brasil (D. Vital Maria Gonçalves de Oliveira e D. Antônio de Macedo Costa) que enfraqueceu o Império e contribuiu para a Proclamação da República. A Questão Religiosa marcou o início da renovação católica no Brasil, que se aprofundou no período republicano. À medida que afirmava sua autonomia diante do Estado, a Igreja tornou-se mais universalística e mais romana. O próprio sacerdócio tornou-se mais estrangeiro. Ao mesmo tempo, ela teve de enfrentar a concorrência de outros grupos religiosos e ideológicos além do protestantismo, tais como o positivismo e o espiritismo. O século 19 testemunhou um longo esforço dos protestantes no sentido de obter completa legalidade e liberdade no Brasil, 80 anos de avanço lento, porém contínuo, em direção à plena tolerância (1810-1890). Um passo importante na conquista da liberdade de expressão e de propaganda ocorreu quando o missionário Robert Reid Kalley, pressionado pelas autoridades, consultou alguns juristas destacados e obteve opiniões favoráveis quanto às suas atividades religiosas. Finalmente, em 1890, um decreto do governo republicano consagrou a separação entre a Igreja e o Estado, assegurando aos protestantes pleno reconhecimento e proteção legal. A nova expressão religiosa se implantou no Brasil em duas fases: protestantismo de imigração e protestantismo missionário. 4. Protestantismo de imigração O historiador Boanerges Ribeiro observa que “ao iniciar-se o século XIX, não havia no Brasil vestígio de protestantismo” (Protestantismo no Brasil monárquico, p. 15). Em janeiro de 1808, com a chegada da família real ao Rio de Janeiro, o príncipe-regente João decretou a abertura dos portos do Brasil às nações amigas. Em novembro, um novo decreto concedeu amplos privilégios a imigrantes de qualquer nacionalidade ou religião. Em fevereiro de 1810, Portugal assinou com a Inglaterra tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação. Este último, em seu artigo 12, concedeu aos estrangeiros “perfeita liberdade de consciência” para praticarem sua fé. Tratava-se de uma tolerância limitada, porque vinha acompanhada da proibição de fazer prosélitos e de falar contra a religião oficial. Além disso, as capelas protestantes não teriam forma exterior de templo nem poderiam utilizar sinos. O primeiro capelão anglicano, Robert C. Crane, chegou em 1816. A primeira capela anglicana foi inaugurada no Rio de Janeiro em 26 de maio de 1822; seguiram-se outras nas principais cidades litorâneas. Outros estrangeiros protestantes que chegaram nos primeiros tempos foram americanos, suecos, dinamarqueses, escoceses, franceses e especialmente alemães e suíços, de tradição luterana e reformada. Boanerges Ribeiro continua: “Quando se proclamou a Independência, contudo, ainda não havia igreja protestante no país. Não havia culto protestante em língua portuguesa. E não há notícia de existir, então, sequer um brasileiro protestante” (Ibid., p. 18). Com a independência, houve grande interesse na vida de imigrantes, inclusive protestantes. Isso exigiu que se garantissem os direitos religiosos desses imigrantes. A Constituição Imperial de 1824 afirmou no artigo 5º: “A religião católica apostólica romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo”. Em 1820, um contingente de suíços católicos iniciou a colônia de Nova Friburgo. Logo a área foi abandonada e oferecida a alemães luteranos que chegaram em maio de 1824. Eram 324 imigrantes acompanhados do seu pastor, Friedrich Oswald Sauerbronn (1784-1864). A maior parte dos imigrantes alemães foi para o sul, cerca de 4.800 entre 1824 e 1830, 60% dos quais eram protestantes. Seus primeiros pastores foram Johann Georg Ehlers, Karl Leopold Voges e Friedrich Christian Klingelhöffer. Em junho de 1827, por iniciativa do cônsul da Prússia, Wilhelm von Theremin, foi criada no Rio de Janeiro a Comunidade Protestante Alemã-Francesa, congregando luteranos e calvinistas, cujo primeiro pastor foi Ludwig Neumann. Em 1837, o primeiro santuário passou a funcionar em um edifício alugado, sendo o edifício próprio inaugurado em 1845. Por falta de ministros ordenados, os primeiros luteranos organizaram sua própria vida religiosa. Elegeram leigos para serem pastores e professores, os “pregadores-colonos”. Todavia, na década de 1850, a Prússia e a Suíça “descobriram” os alemães do sul do Brasil e começaram a enviar-lhes missionários e ministros. Isso criou uma igreja mais institucional e européia. Em 1868, o Rev. Hermann Borchard, que havia chegado em 1864, e outros colegas fundaram o Sínodo Evangélico Alemão da Província do Rio Grande do Sul, que foi extinto em 1875. Em 1886, o Rev. Wilhelm Rotermund (chegado em 1874), organizou o Sínodo Rio-Grandense, que se tornou modelo para outras organizações similares. Até o final da II Guerra Mundial as igrejas luteranas permaneceram culturalmente isoladas da sociedade brasileira. Uma conseqüência importante da imigração protestante é o fato de que ela ajudou a criar as condições que facilitaram a introdução do protestantismo missionário no Brasil. O autor Erasmo Braga observou que, à medida que os imigrantes alemães exigiam garantias legais de liberdade religiosa, estadistas liberais criaram “a legislação avançada que, durante o longo reinado de D. Pedro II, protegeu as missões evangélicas da perseguição aberta e até mesmo colocou as comunidades não-católicas sob a proteção das autoridades imperiais” (The Republic of Brazil, p. 49). Em 1930, de uma comunidade protestante de 700 mil pessoas no país, as igrejas imigrantes tinham aproximadamente 300 mil filiados. A maior parte estava ligada à Igreja Evangélica Alemã do Brasil (215 mil) e vivia no Rio Grande do Sul. 5. Protestantismo missionário (1835-1889) As primeiras organizações protestantes que atuaram junto aos brasileiros foram as sociedades bíblicas: Britânica e Estrangeira (1804) e Americana (1816). Havia duas traduções da Bíblia em português, uma protestante, feita pelo Rev. João Ferreira de Almeida (1628-1691), e outra católica, do padre Antônio Pereira de Figueiredo (1725-1797). Os primeiros agentes oficiais das sociedades bíblicas foram: da SBA, James C. Fletcher (1855); da SBBE, Richard Corfield (1856). Nesse período pioneiro, foi muito importante o trabalho dos colportores, isto é, vendedores de Bíblias e literatura religiosa. A Igreja Metodista Episcopal foi a primeira denominação a iniciar atividades missionárias junto aos brasileiros (1835-1841). Seus obreiros iniciais foram Fountain E. Pitts, Justin Spaulding e Daniel Parish Kidder. Eles fundaram no Rio de Janeiro a primeira escola dominical do Brasil. Também atuaram como capelães da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros, fundada em 1828. Daniel P. Kidder foi uma figura importante dos primórdios do protestantismo brasileiro. Ele viajou por todo o país, vendeu Bíblias e manteve contactos com intelectuais e políticos destacados, como o padre Diogo Antônio Feijó, regente do império (1835-1837). Kidder escreveu o livro Reminiscências de viagens e permanência no Brasil, publicado em 1845, um clássico que despertou grande interesse pelo Brasil. James Cooley Fletcher (1823-1901) era pastor presbiteriano. Estudou no Seminário de Princeton e na Europa, e se casou com uma filha de César Malan, teólogo calvinista de Genebra. Chegou ao Brasil em 1851 como o novo capelão da Sociedade dos Amigos dos Marinheiros e como missionário da União Cristã Americana e Estrangeira. Atuou como secretário interino da legação americana no Rio de Janeiro e foi o primeiro agente oficial da Sociedade Bíblica Americana. Foi um promotor entusiasta do protestantismo e do “progresso”. Escreveu O Brasil e os brasileiros, publicado em 1857, uma versão atualizada da obra de Kidder. Robert Reid Kalley (1809-1888) era natural da Escócia. Estudou medicina e foi trabalhar como missionário na Ilha da Madeira (1838). Oito anos depois, escapou de uma violenta perseguição e foi com seus paroquianos para os Estados Unidos. Fletcher sugeriu que ele fosse para o Brasil, onde Kalley e sua esposa Sarah Poulton Kalley (1825-1907) chegaram em maio de 1855. No mesmo ano, fundaram em Petrópolis a primeira escola dominical permanente do país (19 de agosto). Em 11 de julho de 1858, Kalley fundou a Igreja Evangélica, depois Igreja Evangélica Fluminense (1863), cujo primeiro membro brasileiro foi Pedro Nolasco de Andrade. Kalley teve importante atuação na defesa da liberdade religiosa (1859). Sua esposa foi autora do famoso hinário Salmos e hinos (1861). A Igreja Fluminense aprovou sua base doutrinária, elaborada por Kalley, em 2 de julho de 1876. No mesmo ano, o missionário voltou em definitivo para a Escócia. Os estatutos da igreja foram aprovados pelo governo imperial em 22 de novembro de 1880. Os missionários pioneiros da Igreja Presbiteriana foram Ashbel Green Simonton (1859), Alexander Latimer Blackford (1860) e Francis Joseph Christopher Schneider (1861). As primeiras igrejas organizadas foram as do Rio de Janeiro (1862), São Paulo (1865) e Brotas (1865). Duas importantes realizações iniciais foram o jornal Imprensa Evangélica (1864-1892) e o Seminário do Rio de Janeiro (1867-1870). O primeiro pastor evangélico brasileiro foi o ex-sacerdote José Manoel da Conceição, ordenado em 17 de dezembro de 1865. Em 1870, os presbiterianos fundaram em São Paulo a Escola Americana (atual Universidade Mackenzie). Em 1888, foi organizado o Sínodo do Brasil, que marcou a autonomia eclesiástica da Igreja Presbiteriana do Brasil. Após a Guerra Civil americana (1861-1865), muitos imigrantes norte-americanos se estabeleceram no interior da Província de São Paulo. Eles foram seguidos por missionários presbiterianos, metodistas e batistas. Os pioneiros enviados pela Igreja Presbiteriana do Sul dos Estados Unidos (PCUS) foram George Nash Morton e Edward Lane (1869). Eles fundaram o Colégio Internacional, instalado oficialmente em 1873. A Igreja Metodista Episcopal (do sul dos Estados Unidos) enviou Junius E. Newman para trabalhar junto aos imigrantes (1876). O primeiro missionário aos brasileiros foi John James Ransom, que chegou em 1876 e dois anos depois organizou a primeira igreja no Rio de Janeiro. A professora Martha Hite Watts iniciou uma escola para moças em Piracicaba (1881). A partir de 1880, a I.M.E. do norte dos EUA enviou obreiros ao norte do Brasil (William Taylor, Justus H. Nelson) e ao Rio Grande do Sul. A Conferência Anual Metodista foi organizada em 1886 pelo bispo John C. Granbery, com a presença de apenas três missionários. Os primeiros missionários da Igreja Batista, Thomas Jefferson Bowen e sua esposa (1859-1861), não foram bem sucedidos. Em 1871, os imigrantes batistas de Santa Bárbara organizaram duas igrejas. Os primeiros missionários junto aos brasileiros foram William Buck Bagby, Zachary Clay Taylor e suas esposas (chegados em 1881-1882). O primeiro membro e pastor batista brasileiro foi o ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque, que já estivera ligado aos metodistas. Em 1882 o grupo fundou a primeira igreja brasileira em Salvador, na Bahia. A Convenção Batista Brasileira foi criada em 1907. A Igreja Protestante Episcopal foi a última das denominações históricas a iniciar trabalho missionário no Brasil. Um importante e controvertido precursor havia sido Richard Holden (1828-1886), que durante três anos atuou com poucos resultados no Pará e na Bahia (1861-1864). O trabalho permanente teve início em 1890 com James Watson Morris e Lucien Lee Kinsolving. Inspirados pela obra de Simonton e por um folheto sobre o Brasil, eles se estabeleceram em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, um estado até então pouco ocupado por outras missões. Em 1899, Kinsolving tornou-se o primeiro bispo residente da Igreja Episcopal do Brasil. 6. Igreja e estado: período republicano A separação entre a igreja e o estado foi efetivada pelo Decreto nº 119-A, de 7 de janeiro de 1890, que consagrou a plena liberdade de culto. Em fevereiro de 1891, a primeira Constituição republicana confirmou a separação entre a igreja e o estado, bem como proclamou outras medidas liberais como a plena liberdade de culto, o casamento civil obrigatório e a secularização dos cemitérios. Sob influências liberais e positivistas, a Constituição omitiu o nome de Deus, afirmando assim a caráter não religioso do novo regime, e a Igreja Católica foi colocada em pé de igualdade com todos os outros grupos religiosos; a educação foi secularizada, sendo a religião omitida do novo currículo. Em uma carta pastoral de março de 1890, os bispos deram as boas-vindas à República, mas também repudiaram a separação entre a igreja e o estado. A partir de então, a Igreja teve duas grandes preocupações: obter o apoio do Estado e aumentar a sua influência na sociedade. Um dos primeiros passos foi fortalecer a estrutura interna da igreja: criaram-se novas estruturas eclesiásticas (dioceses, arquidioceses, etc.) e fundaram-se novos seminários. Foi incentivada a vinda de muitos religiosos estrangeiros para o Brasil (capuchinhos, beneditinos, carmelitas, franciscanos). A igreja também manteve sua firme oposição contra a modernidade, o protestantismo, a maçonaria e outros movimentos. Dois grandes líderes foram especialmente influentes nesse esforço renovador: primeiro, o padre Júlio Maria, que desde 1890 até sua morte em 1916 foi muito ativo como pregador e escritor, visando mobilizar a igreja e tornar o Brasil verdadeiramente católico. Ainda mais notável foi D. Sebastião Leme da Silveira Cintra (1882-1942), o líder responsável pela orientação e mobilização da Igreja Católica brasileira na primeira metade do século 20, como arcebispo de Olinda e Recife (1916-21), coadjutor no Rio de Janeiro (1921-30) e cardeal arcebispo do Rio até a sua morte. Em 1925, D. Leme propôs emendas à constituição que dariam reconhecimento oficial à Igreja Católica como a religião dos brasileiros e permitiriam a educação religiosa nas escolas públicas. As chamadas “emendas Plínio Marques” enfrentaram a vigorosa oposição dos protestantes, maçons, espíritas e da imprensa, sendo eventualmente rejeitadas. Todavia, mediante um decreto de abril de 1930, Getúlio Vargas permitiu o ensino religioso nas escolas. Por fim, a Constituição de 1934 incluiu todas as exigências católicas, sem oficializar o catolicismo. O Centro Dom Vital, cujos líderes iniciais foram Jackson de Figueiredo e Alceu de Amoroso Lima, deu continuidade à luta pela ascendência católica. A agenda da Liga Eleitoral Católica incluía tópicos como a oficialização do catolicismo, o casamento religioso, o ensino religioso nas escolas públicas, capelanias católicas nas forças armadas e sindicatos católicos. Também foram realizadas campanhas contra as missões estrangeiras protestantes. 7. Católicos e protestantes Nas primeiras décadas do período republicano, os protestantes tiveram diferentes atitudes diante da reação católica. Uma delas foi a criação de uma frente unida contra o catolicismo. A entidade conhecida como Aliança Evangélica havia sido criada inicialmente na Inglaterra (1846) e nos Estados Unidos (1867). A congênere brasileira surgiu em São Paulo, em julho de 1903, tendo como presidente Hugh C. Tucker (metodista) e como secretário F. P. Soren (batista). Todavia, o Congresso do Panamá e a subsequente Conferência do Rio de Janeiro, em 1916, revelaram atitudes divergentes em relação ao catolicismo, sendo alguns elementos, principalmente norte-americanos, favoráveis a uma aproximação e mesmo colaboração com a igreja católica. Uma das questões discutidas foi o rebatismo ou não de católicos convertidos à fé evangélica. Esse período também viu o recrudescimento de perseguições contra os protestantes em muitos lugares do Brasil. Na década de 1920, a Comissão Brasileira de Cooperação, liderada pelo Rev. Erasmo de Carvalho Braga (1877-1932) procurou unir as igrejas evangélicas na luta pela preservação dos seus direitos e no exercício de um testemunho profético junto à sociedade brasileira. Esse esforço teve prosseguimento até os anos 60 na Confederação Evangélica do Brasil. Após 1964, as relações das igrejas evangélicas e da Igreja Católica com o estado brasileiro tomaram rumos por vezes diametralmente opostos, cujas conseqüências se fazem sentir até os dias de hoje. 8. Progressistas x conservadores Nas primeiras décadas do século 20, o protestantismo brasileiro sofreu a influência de algumas correntes teológicas norte-americanas, como o evangelho social, o movimento ecumênico e o fundamentalismo. Inspirado em parte pelos dois primeiros, surgiu um notável esforço cooperativo entre as igrejas históricas, sob a liderança do Rev. Erasmo Braga, secretário da Comissão Brasileira de Cooperação (1917). Essa entidade se uniu em 1934 à Federação das Igrejas Evangélicas do Brasil e ao Conselho Nacional de Educação Religiosa para formar a Confederação Evangélica do Brasil (CEB). Nos anos 50 e início da década de 60, a CEB criou a Comissão de Igreja e Sociedade (1955), depois Setor de Responsabilidade Social da Igreja. Sua quarta reunião, conhecida como Conferência do Nordeste, realizada em Recife em 1962, teve como tema “Cristo e o Processo Revolucionário Brasileiro”. Seus líderes foram Carlos Cunha, Almir dos Santos e Waldo César, sendo preletores Sebastião G. Moreira, Joaquim Beato, João Dias de Araújo e o bispo Edmundo K. Sherill. O movimento ecumênico havia surgido com a Conferência Missionária Mundial (1910), em Edimburgo, na Escócia, que deu origem ao Concílio Missionário Internacional (1921). Outros dois movimentos, “Vida e Trabalho” e “Fé e Ordem” se uniram para formar o Conselho Mundial de Igrejas (Utrecht, 1938; Amsterdã, 1948). Algumas das primeiras igrejas brasileiras a se filiarem a essa organização foram a metodista (1942), a luterana (1950), a episcopal (1965) e a Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo (1968). Por fim, o espírito denominacional suplantou o ecumenismo. Duncan Reily observa: “O ecumenismo no Brasil foi muito mais um projeto dos missionários e das sociedades missionárias do que dos brasileiros” (História Documental, 233). Além de algumas igrejas históricas, também se opuseram ao ecumenismo os grupos pentecostais, as “missões de fé” e “missões indenominacionais”, e o movimento fundamentalista de Carl McIntire. 9. Denominações históricas (1889-1964) 9.1 Igreja Congregacional Essa foi a primeira denominação brasileira inteiramente nacional (não sujeita a nenhuma junta missionária). Até 1913, foram organizadas somente treze igrejas congregacionais no Brasil, todas autônomas. Oito eram filhas da Igreja Fluminense: Pernambucana (1873), Passa Três (1897), Niterói (1899), Encantado (1903), Paranaguá, Paracambi e Santista (1912), Paulistana (1913), e três da Igreja Pernambucana: Vitória (1905), Jaboatão (1905) e Monte Alegre (1912). Em julho de 1913, essas igrejas se reuniram em 1ª Convenção Geral, no Rio de Janeiro. Daí até 1942, a denominação mudou de nome dez vezes. Os ingleses fundaram missões para atuar na América do Sul: Help for Brazil (criada em 1892 por iniciativa de Sarah Kalley e outros), South American Evangelical Mission (Argentina) e Regions Beyond Missionary Union (Peru). Após a Conferência de Edimburgo (1910), essas missões vieram a constituir a União Evangélica Sul-Americana – UESA (1911). Dos seus esforços, surgiu no Brasil a Igreja Cristã Evangélica. Os congregacionais uniram-se à Igreja Cristã Evangélica em 1942, formando a União das Igrejas Congregacionais e Cristãs do Brasil. Separaram-se em 1969, tomando o nome de União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil. A outra ala dividiu-se em duas: Igreja Cristã Evangélica no Brasil (Anápolis) e Igreja Cristã Evangélica do Brasil (São Paulo). 9.2 Igreja Presbiteriana A Igreja Presbiteriana do Brasil alcançou sua autonomia formal em 1888, com a criação do Sínodo Presbiteriano. Surgiu então uma crise no período 1892-1903 em torno das questões missionária, educativa e maçônica que resultou em divisão, surgindo a Igreja Presbiteriana Independente. Dois eventos significativos no início do século 20 foram a criação da Assembléia Geral (1910) e o estabelecimento de um plano de cooperação entre a igreja e as missões americanas, conhecido como Modus Operandi ou “Brazil Plan” (1917). Com a Constituição de 1937, a Assembléia Geral foi transformada em Supremo Concílio. Em 1955 surgiu o Conselho Interpresbiteriano, criado para gerir as relações da igreja com as missões americanas e com as juntas missionárias nos Estados Unidos. Em 1948, Samuel Rizzo representou a IPB na Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas em Amsterdã. No ano seguinte, a igreja optou pela “eqüidistância” entre o CMI e o CIIC de Carl McIntire. Em 1962, o Supremo Concílio aprovou o “Pronunciamento Social da IPB”. Entre a juventude surgiu um crescente questionamento da posição conservadora da igreja. Um importante canal de expressão foi o controvertido Jornal Mocidade (1944). Billy Gammon, filha do Rev. Samuel Gammon, foi nomeada secretária da mocidade a partir de 1946. Até 1958 o número de sociedades locais cresceu de 150 para 600, com 17 mil membros. O Rev. M. Richard Shaull veio ao Brasil para trabalhar entre universitários. Em 1953 tornou-se professor do Seminário Presbiteriano de Campinas e começou a cooperar com o Departamento de Mocidade e a União Cristã de Estudantes do Brasil (UCEB). Tornou-se uma voz influente na mocidade evangélica em geral. Em 1962, o Supremo Concílio reestruturou o Departamento de Mocidade, tirando sua autonomia. Igreja Presbiteriana Fundamentalista: Israel Gueiros, pastor da 1ª Igreja Presbiteriana de Recife e ligado ao Concílio Internacional de Igrejas Cristãs (Carl McIntire) liderou uma campanha contra o Seminário do Norte sob a acusação de modernismo. Fundou outro seminário e foi deposto pelo Presbitério de Pernambuco em julho de 1956. Em 21 de setembro do mesmo ano foi organizada a IPFB com quatro igrejas locais (inclusive elementos batistas e congregacionais), que formaram um presbitério com 1800 membros. 9.3 Igreja Presbiteriana Independente Essa igreja surgiu em 1903 como uma denominação totalmente nacional, sem qualquer vinculação com igrejas estrangeiras. Resultou do projeto nacionalista de Eduardo Carlos Pereira (1856-1923). Em 1907 tinha 56 igrejas e 4.200 membros comungantes. Fundou um seminário em São Paulo. Em 1908 foi instalado o Sínodo, inicialmente com três presbitérios. Mais tarde, em 1957, foi criado o Supremo Concílio, com três sínodos, dez presbitérios, 189 igrejas locais e 105 pastores. Seu jornal oficial era O Estandarte, fundado em 1893. Após o Congresso do Panamá (1916), a IPI aproximou-se da IPB e das outras igrejas evangélicas. A partir de 1930, surgiu um movimento de intelectuais (entre eles o Rev. Eduardo Pereira de Magalhães, neto de Eduardo Carlos Pereira) que pretendia reformar a liturgia, certos costumes eclesiásticos e até mesmo a Confissão de Fé. A questão eclodiu no Sínodo de 1938. Um grupo organizou a Liga Conservadora, liderada pelo Rev. Bento Ferraz. A elite liberal retirou-se da IPI em 1942 e formou a Igreja Cristã de São Paulo. A Igreja Presbiteriana Conservadora foi fundada pelos membros da Liga Conservadora em 1940. Em 1957, contava com mais de vinte igrejas, em quatro estados, e tinha um seminário. Seu órgão oficial é O Presbiteriano Conservador. Filiou-se à Aliança Latino-Americana de Igrejas Cristãs e à Confederação de Igreja Evangélicas Fundamentalistas do Brasil. 9.4 Igreja Metodista A Conferência Anual Metodista foi organizada no Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1886 pelo bispo John C. Granbery, enviado ao Brasil pela Igreja Metodista Episcopal do Sul. Tinha apenas três missionários, James L. Kennedy, John W. Tarboux e Hugh C. Tucker, sendo a menor conferência anual já criada na história do metodismo. Em 1899, a IME do Norte transferiu seu trabalho no Rio Grande do Sul para a Conferência Anual. Em 1910 e 1919 surgiram outras duas conferências (norte, sul e centro). A Junta de Nashville continuou a interferir na vida da igreja de modo indevido, culminando com a insistência em nomear o presidente do Colégio Granbery (1917). Cresceu o movimento pelo sustento próprio, liderado por Guaracy Silveira. Em 1930 a IMES cedeu a autonomia desejada. No dia 2 de setembro de 1930, na Igreja Metodista Central de São Paulo, foi organizada a Igreja Metodista do Brasil. O primeiro bispo eleito foi o velho missionário John William Tarboux. O primeiro bispo brasileiro foi César Dacorso Filho (1891-1966), eleito em 1934, que por doze anos (1936-1948) foi o único bispo da igreja. A Igreja Metodista foi a primeira denominação brasileira a filiar-se ao Concílio Mundial de Igrejas (1942). 9.5 Igreja Batista A Convenção Batista Brasileira foi organizada no dia 24 de junho de 1907 na Primeira Igreja Batista da Bahia (Salvador), quando 43 delegados, representando 39 igrejas, aprovaram a “Constituição Provisória das Igrejas Batistas do Brasil”. Na chamada “questão radical”, líderes batistas do nordeste apresentaram um memorial aos missionários em 1922 e um manifesto à Convenção em 1925 reivindicando maior participação nas decisões, principalmente na área financeira. Não atendidos, mais tarde organizaram-se como um facção separada da Convenção e da Junta. As bases de cooperação entre a igreja brasileira e a Junta de Richmond voltaram a ser discutidas em 1936 e 1957. 9.6 Igreja Luterana O Sínodo Rio-Grandense surgiu em 1886. Posteriormente, surgiram outros sínodos autônomos: Sínodo da Caixa de Deus ou “Igreja Luterana” (1905), com forte ênfase confessional; Sínodo Evangélico de Santa Catarina e Paraná (1911) e Sínodo Brasil Central (1912). O Sínodo Rio-Grandense, ligado à Igreja Territorial da Prússia, filiou-se à Federação Alemã das Igrejas Evangélicas em 1929. Em 1932, o Sínodo Luterano também se filiou à federação e começou a se aproximar dos outros sínodos. Em 1939 o Estado Novo exigiu que toda a pregação pública fosse feita em português. Em 1949 os quatro sínodos se organizaram em Federação Sinodal, a Igreja Luterana propriamente dita. No ano seguinte a igreja solicitou admissão ao Conselho Mundial de Igrejas e em 1954 adotou o nome de Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). A Igreja Luterana filiou-se à Confederação Evangélica do Brasil em 1959. 9.7 Igreja Episcopal Uma Convocação especial reunida em Porto Alegre em 30 de maio de 1898 definiu a relação formal entre a missão e a Igreja Episcopal dos Estados Unidos e elegeu Lucien Lee Kinsolving como o primeiro bispo residente da igreja brasileira. Ele foi sagrado bispo em Nova York em 6 de janeiro de 1899) e foi o único bispo episcopal no Brasil até 1925. O primeiro bispo brasileiro foi Athalício Theodoro Pithan, sagrado em 21 de abril de 1940. Em abril de 1952, foi instalado o Sínodo da Igreja Episcopal Brasileira, contando com três bispos: Athalício T. Pithan, Luís Chester Melcher e Egmont Machado Krischke. Em 25 de abril de 1965 a Igreja Episcopal do Brasil obteve da igreja-mãe sua plena emancipação administrativa e passou a ser uma província autônoma da Comunhão Anglicana. Logo em seguida, filiou-se ao CMI. 10. Denominações Históricas (após 1964) Dois eventos cruciais na década de 60 foram: (a) o Concílio Vaticano II (1962-65), que marcou a abertura aos protestantes (“irmãos separados”) e revelou novas concepções sobre o culto, a missão da igreja e a relação com a sociedade; (b) o Golpe de 1964 e o regime militar no Brasil. 10.1 Igreja Presbiteriana Esse período marcou o fim do antigo relacionamento da IPB com as missões norte-americanas. Em 1954 havia sido criado o Conselho Interpresbiteriano. Em 1962, a Missão Brasil Central propôs-se a entregar à igreja brasileira toda a sua obra evangelística, educativa e médica. Em 1972 a igreja rompeu com a Missão Brasil Central, sendo uma das possíveis causas a adoção da Confissão de 1967 pela Igreja Presbiteriana Unida dos EUA. Em 1973 a IPB rompeu relações com a Igreja Unida (criada em 1958) e firmou novo convênio com a missão da Igreja do Sul. Duas questões candentes da época foram o ecumenismo e a postura social. A igreja enviou representantes à assembléia do Conselho Mundial de Igreja em Amsterdã (1948) e observadores a outras assembléias. Missionários como Richard Shaull deram ênfase a questões sociais, influenciando os seminários e a mocidade da igreja. O Supremo Concílio de 1962 realizou um importante pronunciamento social. Houve uma forte reação conservadora no Supremo Concílio de 1966, em Fortaleza, com a eleição de Boanerges Ribeiro, reeleito em 1970 e 1974. As principais preocupações do período foram a ortodoxia, a evangelização e a rejeição do ecumenismo. Multiplicaram-se os processos contra pastores, igrejas locais e concílios. Nessa época surgiram alguns grupos dissidentes, como o Presbitério de São Paulo e a Aliança de Igrejas Reformadas (1974), que defendiam maior flexibilidade doutrinária. Em setembro de 1978, na cidade de Atibaia, foi criada a Federação Nacional de Igrejas Presbiterianas (FENIP). 10.2 Igreja Presbiteriana Independente A IPI inicialmente teve uma postura menos rígida que a IPB, mas a partir de 1972 tornou-se mais inflexível quanto ao ecumenismo e à renovação carismática. Em 1978 admitiu aos seus presbitérios os três primeiros missionários da sua história, Richard Irwin, Albert James Reasoner e Gordon S. Trew, que antes colaboravam com a IPB. Em 1973, um segmento separou-se para formar a Igreja Presbiteriana Independente Renovada, que depois se uniu a um grupo semelhante egresso da IPB, formando a Igreja Presbiteriana Renovada. 10.3 Igreja Batista No período em questão, os batistas foram caracterizados por forte ênfase evangelística, tendo realizado grandes campanhas. Billy Graham pregou no Maracanã durante o X Congresso da Aliança Batista Mundial (julho de 1960). O pastor João Filson Soren, da 1ª Igreja Batista do Rio, foi eleito presidente da Aliança Mundial. Em 1965 foi realizada a Campanha Nacional de Evangelização como uma resposta ao golpe de 1964. Seu lema foi “Cristo, a Única Esperança”, indicado que soluções meramente políticas eram insuficientes. Seu coordenador foi o pastor Rubens Lopes, da Igreja Batista de Vila Mariana, em São Paulo. Houve ainda a Campanha das Américas (1967-1970) e a Cruzada Billy Graham, no Rio de Janeiro, em 1974, tendo como presidente o pastor Nilson do Amaral Fanini. Houve também uma Campanha Nacional de Evangelização em 1978-1980. 10.4 Igreja Metodista No início dos anos 60, Nathanael Inocêncio do Nascimento, reitor da Faculdade de Teologia, liderou o “esquema” nacionalista que visava substituir os líderes missionários do Gabinete Geral por brasileiros (saíram Robert Davis e Duncan A. Reily e entraram Almir dos Santos e Omar Daibert, futuros bispos). Os universitários e estudantes de teologia pleiteavam uma igreja mais voltada para a ação social e a política. A ênfase na justiça social dominou a Junta Geral de Ação Social (Robert Davis, Almir dos Santos) e a Faculdade de Teologia. Dom Helder Câmara paraninfou a turma de 1967. No ano seguinte, uma greve levou ao fechamento da Faculdade e à sua reestruturação. De 1968 em diante a igreja voltou-se para problemas internos como o regionalismo. Em 1971 cada um dos seis concílios regionais elegeu, pela primeira vez, o seu próprio bispo (os bispos sempre tinham sido eleitos no Concílio Geral, como superintendentes gerais da igreja) e surgiram vários seminários regionais. Essa tendência perdurou até 1978. Nos anos 70 a IMB investiu na educação superior. No campus da antiga Faculdade de Teologia surgiu o Instituto Metodista de Ensino Superior e em 1975 o Instituto Piracicabano (fundado em 1881) foi transformado em Universidade Metodista de Piracicaba. Em 1982 foi elaborado o Plano Nacional de Educação Metodista, cuja fundamentação deu ênfase ao conceito do Reino de Deus e à teologia da libertação. 10.5 Igreja Luterana Em 1968, os quatro sínodos, originalmente independentes um do outro, integraram-se em definitivo na IECLB, aceitando uma nova constituição. No VII Concílio Geral (outubro de 1970) foi aprovado unanimemente o “Manifesto de Curitiba,” contendo o posicionamento político-social da igreja. Esse manifesto foi entregue ao presidente Emílio Médici por três pastores. Em 1975 entrou em vigor a reforma do currículo da faculdade de teologia de São Leopoldo, refletindo as prioridades da igreja. 11. Igrejas pentecostais e neopentecostais As três ondas ou fases do pentecostalismo brasileiro foram as seguintes: (a) décadas de 1910-1940: chegada simultânea da Congregação Cristã no Brasil e da Assembléia de Deus, que dominaram o campo pentecostal por 40 anos; (b) décadas de 1950-1960: fragmentação do pentecostalismo com o surgimento de novos grupos – Evangelho Quadrangular, Brasil Para Cristo, Deus é Amor e muitos outros (contexto paulista); (c) anos 70 e 80: advento do neopentecostalismo – Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus e outras (contexto carioca). (a) Congregação Cristã no Brasil: fundada pelo italiano Luigi Francescon (1866-1964). Radicado em Chicago, foi membro da Igreja Presbiteriana Italiana e aderiu ao pentecostalismo em 1907. Em 1910 (março-setembro) visitou o Brasil e iniciou as primeiras igrejas em Santo Antonio da Platina (PR) e São Paulo, entre imigrantes italianos. Veio 11 vezes ao Brasil até 1948. Em 1940, o movimento tinha 305 “casas de oração” e dez anos mais tarde 815. (b) Assembléia de Deus: teve como fundadores os suecos Daniel Berg (1885-1963) e Gunnar Vingren (1879-1933). Batistas de origem, eles abraçaram o pentecostalismo em 1909. Conheceram-se numa conferência pentecostal em Chicago. Assim como Luigi Francescon, Berg foi influenciado pelo pastor batista William H. Durham, que participou do avivamento de Los Angeles (1906). Sentindo-se chamados para trabalhar no Brasil, chegaram a Belém em novembro de 1910. Seus primeiros adeptos foram membros de uma igreja batista com a qual colaboraram. (b) Igreja do Evangelho Quadrangular: fundada nos Estados Unidos pela evangelista Aimee Semple McPherson (1890-1944). O missionário Harold Williams fundou a primeira IEQ do Brasil em novembro de 1951, em São João da Boa Vista. Em 1953 teve início a Cruzada Nacional de Evangelização, sendo Raymond Boatright o principal evangelista. A igreja enfatiza quatro aspectos do ministério de Cristo: aquele que salva, batiza com o Espírito Santo, cura e virá outra vez. As mulheres podem exercer o ministério pastoral. (c) Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo: fundada por Manoel de Mello, um evangelista da Assembléia de Deus que depois tornou-se pastor da IEQ. Separou-se da Cruzada Nacional de Evangelização em 1956, organizando a campanha “O Brasil para Cristo”, da qual surgiu a igreja. Filiou-se ao CMI em 1969 (desligou-se em 1986). Em 1979 inaugurou seu grande templo em São Paulo, sendo orador oficial Philip Potter, secretário-geral do CMI. Esteve presente o cardeal arcebispo de São Paulo, Paulo Evaristo Arns. Manoel de Mello morreu em 1990. (d) Igreja Deus é Amor: fundada por David Miranda (nascido em 1936), filho de um agricultor do Paraná. Vindo para São Paulo, converteu-se numa pequena igreja pentecostal e em 1962 fundou sua igreja em Vila Maria. Logo transferiu-se para o centro da cidade (Praça João Mendes). Em 1979, foi adquirida a “sede mundial” na Baixada do Glicério, o maior templo evangélico do Brasil, com capacidade para dez mil pessoas. Em 1991 a igreja afirmava ter 5.458 templos, 15.755 obreiros e 581 horas diárias em rádios, bem como estar presente em 17 países (principalmente Paraguai, Uruguai e Argentina). (e) Igreja Universal do Reino de Deus: fundada por Edir Macedo (nascido em 1944), filho de um comerciante fluminense. Trabalhou por 16 anos na Loteria do Estado, período no qual subiu de contínuo para um posto administrativo. De origem católica, ingressou na Igreja de Nova Vida na adolescência. Deixou essa igreja para fundar a sua própria, inicialmente denominada Igreja da Bênção. Em 1977 deixou o emprego público para dedicar-se ao trabalho religioso. Nesse mesmo ano surgiu o nome IURD e o primeiro programa de rádio. Macedo viveu nos Estados Unidos de 1986 a 1989. Quando voltou ao Brasil, transferiu a sede da igreja para São Paulo e adquiriu a Rede Record de Televisão. Em 1990 a IURD elegeu três deputados federais. Macedo esteve preso por doze dias em 1992, sob a acusação de estelionato, charlatanismo e curandeirismo. Bibliografia Anglada, Paulo R. B. Protestants in Brazil: survey of history, situation, and characteristics. Potschefstroom University for Christian Higher Learning, 1985. Antoniazzi, Alberto e outros. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1994. Assumpção, Xavier. A religião do Brasil. Curitiba, 1955. Opúsculo. Azzi, Riolando, A cristandade colonial: um projeto autoritário, em História do pensamento católico no Brasil – I. São Paulo: Paulinas, 1987. _______, A crise da cristandade e o projeto liberal, em História do pensamento católico no Brasil – II. São Paulo: Paulinas, 1991. Baez-Camargo, Gonzalo. “The earliest Protestant missionary venture in Latin America”. 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Desde os tempos de estudante, dirigia críticas ao clero, sobretudo com relação à falta de instrução dos sacerdotes e à sua preocupação em acumular riquezas. A fim de que mais pessoas pudessem conhecer a Bíblia, Wycliffe traduziu-a do latim (língua oficial da Igreja) para o inglês. Ele escreveu também vários livros. Em um deles, defendia a idéia de que as terras da Igreja deveriam passar às mãos do Governo. As autoridades religiosas reagiram ordenando a prisão do teólogo e acusando-o de herege, isto é, de contrariar as verdades defendidas pela Igreja. Ele só escapou da morte na fogueira por ser amigo da família real inglesa. John Huss (1369-1415), discípulo e seguidor de Wycliffe, foi professor e reitor da Universidade de Praga (na atual República Tcheca). Huss tornou-se conhecido por ser brilhante orador e por fazer sermões na língua de seu povo, o theco, língua para a qual traduziu a Bíblia. Aos poucos, por seus ataques à corrupção e à ostentação do clero, Huss, conquistou o apoio dos camponeses e dos artesãos e assalariados das cidades tchecas. Vendo que o movimento liderado por Huss crescia, as autoridades o convidaram para um concílio (reunião de bispos) na Suíça. Era uma armadilha: lá chegando, Huss foi acusado de heresia, preso e queimado vivo em 6 de julho de 1415. John Huss sendo queimado vivo (1415) - Martinho Lutero No início do século XVI, na Alemanha, surgiu um monge de nome Martinho Lutero, que ousou discordar da doutrina católica. E, ao contrário de Wycliffe e Huss, conseguiu atingir seu objetivo, provocando com isso a maior ruptura já ocorrida no interior da Igreja: a reforma protestante. Lutero considerava a leitura da Bíblia indispensável. Por isso defendia que todos pudessem aprender a ler. Isto contribuiu para a alfabetização de milhares de alemães. Acreditava também que a salvação dependia de cada uma e que cada indivíduo devia ser o seu próprio pastor. A Alemanha na época de Lutero era formada por um conjunto de principados e cidades livres, ou seja, lá não havia um rei forte e capaz de se opor aos abusos praticados pela Igreja. Por isso, talvez, nessa região da Europa, a Igreja atuasse de modo mais escandaloso, gerando com isso enorme insatisfação popular. A insatisfação era maior entre os camponeses, sobretudo entre os que eram servos nas propriedades da Igreja, que, na época, era dona de mais da metade das terras férteis da Alemanha. Na Alemanha, dividida politicamente e explorada pelos representantes da Igreja, as palavras de Lutero convenceram muitas pessoas. Enquanto Lutero defendia a salvação pela fé, os líderes da Igreja católica pregavam a salvação por meio de boas obras, como, por exemplo, doar dinheiro para a construção de igrejas. Em 1517, o papa Leão X prometeu que todo aquele que desse dinheiro para construir a nova basílica de São Pedro, em Roma, receberia, em troca, uma indulgência plena, isto é, o perdão de todos os pecados. Reagindo a essa situação, Lutero afixou na porta da sua paróquia as 96 teses, nas quais fazia críticas à venda de indulgências, ao papa e aos sacerdotes. A seguir algumas teses de Lutero: Tese 24. – (…) a maior parte do povo está sendo enganada pela promessa de que seus pecados serão perdoados; Tese 32. –. Serão condenados (…), juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência; Tese 75. – A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem absolver um homem (…) é loucura; Tese 86. – Porque o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos Crassos (romanos ricos), não constrói com seu próprio dinheiro a basílica de São Pedro, em vez de fazê-lo com dinheiro dos pobres fiéis? (SEFFNER,Fernando. Da reforma à Contra-Reforma: o cristianismo em crise.p. 36-7. Adaptado.) Diante disso, o papa Leão X exigiu que Lutero fosse a Roma desculpar-se. Lutero não obedeceu e intensificou suas críticas à Igreja. Então o papa escreveu uma bula de nome Exsurge Domine e deu a Lutero um prazo de sessenta dias para que ele se retratasse, isto é, voltasse atrás no que tinha dito. A reação de Lutero foi queimar a bula papal em praça pública, no Natal de 1520. Ao saber disso, o papa excomungou Lutero, isto é expulsou-o da Igreja. O imperador Carlos V, então, chamou Lutero para uma assembléia de príncipes alemães a fim de que ele se desculpasse publicamente. Lutero foi à assembléia e acabou conquistando o apoio de vários príncipes. O imperador, porém, condenou-o e mandou queimar seus escritos. Vendo que Lutero corria perigo seus amigos simularam um seqüestro e o levaram para um lugar seguro, o castelo pertencente a Frederico da Saxônia. Lá, num pequeno quarto da torre do castelo, trabalhando meses a fio, Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, possibilitando que um número muito maior de pessoas pudesse ler e conhecer as mensagens bíblicas. A tradução de Lutero é considerada brilhante pelos estudiosos. Ela está exposta na casa onde ele nasceu, que hoje abriga um museu. A DOUTRINA LUTERANA Somente a fé em Deus salva as pessoas. A Bíblia, por meio da qual Deus se revela, é a única fonte realmente confiável. O batismo e a eucaristia são os dois únicos sacramentos. O culto às imagens e a idéia de que o papa é infalível não tem fundamento. Qualquer membro da Igreja pode casar. Diante do avanço do luteranismo, o imperador proibiu o culto protestante nos principados em que o príncipe fosse católico. Os príncipes luteranos protestaram, daí a palavra PROTESTANTE para nomear todos os seguidores das igrejas que surgiram a partir da Reforma. As idéias de Lutero se espalharam com velocidade. Para isso muito contribuiu o aperfeiçoamento da imprensa por Johannes Gutenberg, ocorrido na década de 1440, na Alemanha. “bula papal”: o mesmo que decreto papal, uma carta ou documento de caráter solene emitido pelo papa. Os decretos papais eram chamados de bulas após receberem o selo de chumbo (chamado em latim de bulla) semelhante a um carimbo que atestava a autenticidade do documento _______________________________________________________ A trajetória de Martinho Lutero Martinho Lutero nasceu em 1483, na cidade alemã de Eisleben, que tinha, na época cerca de seis mil habitantes. Era o segundo filho do casal Hans e Margaret, que, além dele, teve mais seis filhos. Seus pais eram muito religiosos e deram-lhe uma educação bastante rígida. Seu pai trabalhava nas minas de carvão de Eisleben. Apesar de pobre, fez questão de que o filho estudasse. Aos 14 anos, Lutero saiu da casa dos pais para estudar latim em uma escola em Magdeburg. Em 1501, para alegria do pai, Lutero conseguiu entrar na Universidade de Erfurt para estudar direito. Lutero sempre ia à biblioteca, e foi lá que começou a se interessar pelo estudo da Bíblia. Uma questão o atormentava: a salvação eterna. Angustiado com essa questão, Lutero trocou o curso de direito pelo de teologia e ingressou em um convento agostiniano. Lá fazia tudo o que julgava necessário à salvação da alma: jejuava, orava e lia a Bíblia a madrugada inteira. Estudioso e persistente, em 1512 Lutero recebeu o título de doutor em teologia pela Universidade de Wittenberg e foi indicado para dar aulas. Como professor, conseguiu ganhar a admiração tanto de colegas quanto de alunos. Com base em seus estudos da Bíblia, escreveu: Deus nosso Pai fez todas as coisas dependerem da fé, de modo que quem tem fé tenha tudo e quem não tem fé nada tenha. (SIMON, Edith. A Reforma. p. 174.) Absolutismo História do Mercantilismo, Absolutismo Monárquico, teóricos do Absolutismo, Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, história da Inglaterra, Antigo Regime, monarquia absolutista absolutismo inglês Henrique VIII: representante máximo do absolutismo inglês Introdução Podemos definir o absolutismo como um sistema político e administrativo que prevaleceu nos países da Europa, na época do Antigo Regime (séculos XVI ao XVIII ). Características No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessa a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos. Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes. Criava leis sem autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões. Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre. Esta tinha pouco poder político para exigir ou negociar. Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária aos interesses ou leis definidas pelos monarcas. Exemplos de alguns reis deste período : Henrique VIII - Dinastia Tudor : governou a Inglaterra no século XVII Elizabeth I - Dinastia Stuart - rainha da Inglaterra no século XVII Luis XIV - Dinastia dos Bourbons - conhecido como Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715. Fernando e Isabel - governaram a Espanha no século XVI. Teóricos do Absolutismo Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder dos monarcas europeus. Abaixo alguns exemplos: Jacques Bossuet : para este filósofo francês o rei era o representante de Deus na Terra. Portanto, todos deveriam obedecê-lo sem contestar suas atitudes. Nicolau Maquiavel : Escreveu um livro, " O Príncipe", onde defendia o poder dos reis. De acordo com as ideias deste livro, o governante poderia fazer qualquer coisa em seu território para conseguir a ordem. De acordo com o pensador, o rei poderia usar até mesmo a violência para atingir seus objetivos. É deste teórico a famosa frase : " Os fins justificam os meios." Thomas Hobbes : Este pensador inglês, autor do livro " O Leviatã ", defendia a ideia de que o rei salvou a civilização da barbárie e, portanto, através de um contrato social, a população deveria ceder ao Estado todos os poderes. Mercantilismo: a prática econômica do absolutismo Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um rei, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional. Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista: Metalismo, Industrialização, Protecionismo Alfandegário, Pacto Colonial, Balança Comercial Favorável. Questões sobre a Reforma Protestante (respostas no final da página) 1. Qual das alternativas abaixo aponta uma das causas da Reforma Protestante do século XVI? A - O enfraquecimento da burguesia comercial no século XV. B - A crise enfrentada pela Igreja Católica desde o final da Idade Média. C - O fortalecimento das religiões politeístas na Europa desde o começo da Idade Média (século V). D - A Peste Negra do século XIV que afastou a maioria dos europeus da Religião Católica. __________________________________ 2. De que forma o Renascimento Cultural e Científico influenciou a Reforma Protestante? A - As descobertas científicas e a valorização da ciência e da razão colocaram em cheque muitas posições da Igreja Católica, abrindo espaço para o surgimento do movimento reformista. B - As obras de arte do Renascimento não abordavam temas religiosos, deixando de lado os valores cristãos. C - Os artistas do Renascimento, principalmente Leonardo do Vinci e Michelangelo, organizaram politicamente os reis europeus em prol da Reforma Protestante. D - Os escritores renascentistas ajudaram Lutero e Calvino na redação dos princípios reformistas. __________________________________ 3. Por que grande parte da burguesia comercial europeia apoiou a Reforma Calvinista? A - Porque os burgueses tinham grande interesse no enfraquecimento da Igreja Católica, na ressurgimento da Ciência e na volta do sistema feudal de produção. B - Porque a burguesia comercial tinha interesses na compra das terras da Igreja Católica em toda Europa. C - Ao contrário da Igreja Católica, o Calvinismo não condenava as práticas econômicas e financeiras que visavam o lucro. D - Porque os membros da Igreja Calvinista, além do próprio Calvino, poderiam ajudar financeiramente os burgueses em suas atividades comerciais. __________________________________ 4. Sobre a Reforma Luterana é correto afirmar: A - A Reforma Luterana teve início na Inglaterra e teve forte apoio dos camponeses e monges franciscanos. B - A Reforma Luterana foi idêntica à Reforma Calvinista, pois ambas eram contrárias a grande parte dos valores cristãos. C - Lutero condenou os dogmas da Igreja Católica, a venda de indulgências e defendeu a ideia de que a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. D - Ela teve pouco impacto na Europa no século do século XVI, pois quase ninguém aderiu aos ideais de Martinho Lutero. __________________________________ 5. Sobre a Contra-Reforma (reação da Igreja Católica à Reforma Protestante) é correto afirmar que: A - O movimento contra-reformista não teve o apoio do papa e dos bispos católicos, pois eles acreditavam que não havia nada o que fazer para evitar o avanço do protestantismo na Europa. B - Ela conseguiu enfraquecer e terminar com todas as religiões protestantes já no século XVI. C - Ela conseguiu instalar a paz religiosa na Europa, evitando qualquer tipo de perseguição ou conflito religioso. D - Ela retomou o Tribunal do Santo Oficio, determinou a catequização de indígenas nas terras descobertas e criou o Índice de Livros Proibidos. reforma protestante Reforma Protestante e Contra-Reforma As Reformas Religiosas, surgimento das religiões protestantes, luteranismo calvinismo, anglicanismo, Contra-Reforma Católica, Tribunal da Inquisição, Concílio de Trento, resumo, causas Lutero - Reforma Protestante Martinho Lutero: criador da religião Luterana Causas O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas: abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista. A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita. A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos. Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão). No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza. O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão. A Reforma Luterana O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica. As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato. Martinho Lutero foi convocado as desmentir as suas 95 teses na Dieta de Worms, convocada pelo imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não so defendeu suas teses como mostrou a necessidade da reforma da Igreja Católica. A Reforma Calvinista João Calvino - reforma religiosa na França João Calvino: reforma na França Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa ideia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a ideia da predestinação (a pessoa nasce com sua vida definida). A Reforma Anglicana Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras. A Contra-Reforma Católica Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido: - Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas; - Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias - Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de ideias contrárias à Igreja Católica. Intolerância Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu. Você sabia? - É comemorado em 31 de outubro o Dia da Reforma Protestante. A data é uma referência ao 31 de outubro de 1517, dia em que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittemberg (Alemanha). ___________________________________________________ Veja também: Contra-Reforma Reforma Luterana Martinho Lutero João Calvino Questões sobre a Reforma Protestante Livros sobre a Reforma Protestante ___________________________________________________ Indicação de filmes sobre a Reforma Protestante: - Lutero Ano: 2003 Direção: Eric Till Gênero: Biografia, Religião, Histórico, Drama Temas: Reforma Religiosa, Vida de Martinho Lutero - A Rainha Margot Ano: 1994 Direção: Patrice Chéreau Gênero: Drama, Histórico, Biografia, Romance Temas: Conflitos religiosos no século XVI, perseguição religiosa Apostila alguns personagens da pré reforma, reforma e pós reforma Presentation Transcript 1. A Pré-Reforma ProtestanteReforma ProtestantePós Reforma Protestante e osAviamentos 2. ALGUNS PRECURSORES DAREFORMA 3. Foi professor da Universidade deOxford, teólogo e reformadorreligioso inglês, consideradoprecursor das reformas religiosasque sacudiram a Europa nos séculosXV e XVI (ver: ReformaProtestante). Trabalhou na primeiratradução da Bíblia para oidioma inglês, que ficou conhecidacomo a Bíblia de Wycliffe.JOHN WYCLIFFE (OU WYCLIF)(C. 1328 — 31 DE DEZEMBRO 1384) 4. Foi um pensador e reformador religioso. Eleiniciou um movimento religioso baseado nasideias de John Wycliffe. Os seus seguidoresficaram conhecidos como os hussitas. A IgrejaCatólica não perdoou tais rebeliões e ele foiexcomungado em 1410. Condenadopelo Concílio de Constança, foi queimado vivo.Um precursor do movimento protestante(ver: Reforma Protestante), a sua extensa obraescrita concedeu-lhe um importante papel nahistória literária checa. Também é responsávelpela introdução do uso de acentos na línguacheca por modo a fazer corresponder cada som aum símbolo único. Hoje em dia a sua estátuapode ser encontrada na praça central de Praga,a Staroměstské náměstí (Praça da Cidade Velha).JAN HUS( HUSINEC, 1369 - CONSTANÇA, 6 DE JULHO DE 1415) 5. Foi o principal discípulo e o mais devotadoamigo de Jan Huss, o célebre reformadorreligioso tcheco.JERÔNIMO DE PRAGA(1379 — 30 DE MAIO DE 1416) 6. Foi um padre dominicano e, porcurto período, governou Florença.Este reformador dominicano veio deuma antiga e tradicional família deFerrara. Intelectual muito talentosodevotou-se a seus estudos, emespecial à filosofia e à medicina.Em 1474, quando em uma viagema Faenza, ouviu um forte sermão,proferido por um padre agostiniano,e resolveu renunciar ao mundo,incorporando-se à ordemdominicana na Bolonha, sem oconhecimento de seus pais.GIROLAMO SAVONAROLA(FERRARA, 21 DE SETEMBRO DE 1452 — FLORENÇA, 23 DEMAIO DE 1498), CUJO NOME É POR VEZES TRADUZIDOCOMO JERÔNIMO SAVONAROLA OU HIERONYMOUS SAVONAROLA) 7. Sentindo profundamente a perda de valores trazida pelo ideário do Renascimento, como éevidente do poema No declínio da igreja, que escreveu no primeiro ano de sua vida monástica,fortaleceu-se com a instrução dos noviços no mosteiro, em Bolonha, e começou a escreveros tratados filosóficos baseados em Aristóteles e em São Tomás de Aquino. Em 1481, foidesignado por seu superior para pregar em Florença. Nesse centro do Renascimento, opôs-se imediatamente, com grande energia, à vida pagã e frequentemente contra a imoralidadeprevalecente em muitas classes da sociedade, em especial na corte de Lourenço de Médici.Foi tomado ao mesmo tempo por um zelo intenso para com a salvação das almas, e estavapronto a arriscar tudo a fim combater as fraquezas humanas. Em 1489 retornou a Florença,que devia ser a cena de seus trabalhos e triunfos futuros, tanto como de sua queda.Nesse período, Savonarola começou a reforma interna do mosteiro, quando São Marcos eoutros mosteiros de Toscana foram separados da congregação da Lombardia. Savonarolacomeçou a criticar a imoralidade, a vida de prazeres dos florentinos, enquanto pregava que apopulação voltasse à vida da virtude cristã. Seus sermões e sua personalidade causavam umprofundo impacto na população.Savonarola intensificou suas críticas, agora contra os abusos na vida eclesiástica, daimoralidade de grande parte do clero — sobretudo a vida imoral de muitos membrosda Cúria romana —, dos príncipes e dos cortesãos. Em termos proféticos, passou aanunciar o juízo final, numa alusão a Carlos VIII, o rei de França, que tinha entradona Itália e estava avançando contra Florença.OPOSIÇÃO CONTRA A VIDA PAGÃ 8. Cristo foi considerado o rei de Florença e protetor de suas liberdades. Umgrande conselho, com representantes de todos os cidadãos passou a governara república e a lei de Cristo deveria ser a base da vida política e social.Savonarola não interferiu diretamente na política e nos casos de estado, masseus ensinos e suas idéias eram absorvidos, fazendo com que a vida moral doscidadãos fosse regenerada. Muitas pessoas trouxeram artigos de luxo, queforam queimados publicamente. Uma irmandade foi fundada por Savonarolapara incentivar uma vida piedosa e cristã entre seus membros.VIDA MORAL REGENERADA 9. Esses esforços de Savonarola vieram a gerar conflito com Alexandre VI. O papa,como todos os príncipes de cidades italianas, à exceção de Florença, era umoponente da política francesa. Além disso, Carlos VIII o tinha ameaçadofreqüentemente com a convocação de um concílio em oposição. Além disso, opregador dominicano falava com violência crescente contra o papa e a Cúria. Osfatos terminaram por precipitar a exigência papal de que Savonarola pregasseobediência, além de ir a Roma para defender-se. Savonarola desculpou-se,alegando estar com a saúde danificada. As conseqüências seguintes foram aproibição de o dominicano fazer pregações e a devolução do mosteiro de SãoMarcos à congregação de Lombardia. Em sua resposta, Savonarola procuroujustificar-se e declarando que ele sempre tinha se submetido ao julgamento daIgreja; com isso o mosteiro foi retirado da congregação da Lombardia e a condutade Savanarola foi julgada suavemente, mas a proibição de suas pregações foimantida.CONFLITO COM O PAPAALEXANDRE VI 10. Em seus novos sermões atacou violentamente os crimes do Vaticano, queaumentaram desse modo as paixões em Florença. Um cisma começou a seprefigurar e o papa foi forçado outra vez a agir. Mesmo assim, Savonarolaprosseguiu com suas pregações cada vez mais violentas contra a Igreja deRoma, recusando-se a obedecer às ordens recebidas. Em12 de maio de 1497,foi excomungado.SAVONAROLA DESAFIA A AUTORIDADEPAPAL 11. Savonarola, acreditando ser a voz de Deus, tinha o hábito de clamar que o PoderDivino o fulminasse se ele estivesse errado, e dizia que iria caminhar sobre ofogo para provar a retitude de suas pregações. Quando um frade franciscanoaceitou o desafio, dizendo que achava que também seria queimado, porém queseu sacrifício serviria para tirar a ilusão do povo, Savonarola não se mostroumais disposto e recuou da prova.Um frei dominicano, discípulo de Savonarola, aceitou o desafio em seu lugar, eo circo foi armado, em Florença, em que a multidão compareceu para assistir auma tragédia ou a um milagre. O representante de Savonarola, porém,inventou uma desculpa para não caminhar no fogo, e após vários insultos delado a lado, acabou não havendo a esperada ordália pelo fogo.QUEDA DE SAVONAROLA 12. Depois deste fiasco, a influência de Savonarola foi diminuindo, e logo seusinimigos o levaram à autoridade secular. Algumas confissões foram obtidaspor tortura, e ele foi condenado à morte na forca por heresia. Ele foi para amorte com fortitude e grandeza, um homem que muitos acreditaram que eraum santo, mas que era, na realidade, uma vítima digna de pena, sofrendo deauto-ilusão, desobediência e obstinação. Ele morreu em 25 de maio de 1498.MORTE 13. A REFORMA 14. (por vezes apelidado foi um pastor protestante e um académico inglês, formadomestre em Artes na Universidade de Oxford, que traduziu a Bíblia para umaversão inicial do moderno inglês. o seu objetivo era fazer o Novo Testamento umlivro tal que "todo menino de arado" pudesse lê-lo e se tornasse mais conhecedordas Escrituras que o próprio clero. Apesar de numerosas traduções para inglês,parciais ou completas, terem sido feitas a partir do século VII, a Bíblia de Tyndalefoi a primeira a beneficiar da imprensa, o que permitiu uma ampla distribuição.Tyndale estudou as escrituras e começou a defender as teses da ReformaProtestante, muitas das quais eram consideradas heréticas, primeiro pela IgrejaCatólica e depois pela própria Igreja Anglicana. As traduções de Tyndale forambanidas pelas autoridade e o próprio Tyndale foi queimado na fogueiraem 1536 em Vilvoorden (10Km a nordeste de Bruxelas), Bélgica, sob a instigaçãode agentes de Henrique VIII e a Igreja Anglicana. Suas últimas palavras foram,"Senhor, abre os olhos ao rei da Inglaterra".DE TINDALL OU TYNDALL;GLOUCESTERSHIRE, INGLATERRA, C. 1484 - PERTODE BRUXELAS, BÉLGICA, 6 DE OUTUBRO DE 1536) 15. Foi um sacerdote católico agostiniano e professorde teologia germânico que foi figura centralda Reforma Protestante. Que ficando contra osconceitos da Igreja Católica veementementecontestando a alegação de que a liberdade dapunição de Deus sobre o pecado poderia sercomprada, confrontou o vendedorde indulgências Johann Tetzel com suas 95Teses em 1517. Sua recusa em retirar seus escritosa pedido do Papa Leão X em 1520 e doImperador Carlos V na Dieta deWorms em 1521 resultou emsua excomunhão pelo Papa e a condenação comoum fora-da-lei pelo imperador do Sacro ImpérioRomano.MARTINHO LUTERO, EMALEMÃO MARTIN LUTHER,( EISLEBEN, 10 DE NOVEMBRO DE 1483 — EISLEBEN, 18 DEFEVEREIRO DE 1546) 16. Lutero ensinava que a salvação não se consegue com boas ações, mas é umlivre presente de Deus, recebida apenas pela graça, através da féem Jesus como único redentor do pecador. Sua teologia desafiou a autoridadepapal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fontede conhecimento divinamente revelada e opôs-se ao sacerdotalismo, porconsiderar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo. Aqueles quese identificavam com os ensinamentos de Lutero eram chamados luteranos.Sua tradução da Bíblia para o alemão, que não o latim fez o livro maisacessível, causando um impacto gigantesco na Igreja e na cultura alemã.Promoveu um desenvolvimento de uma versão padrão da língua alemã,adicionando vários princípios à arte de traduzir, e influenciou a tradução parao inglês da Bíblia do Rei James. Seus hinos influenciaram o desenvolvimentodo ato de cantar em igrejas. Seu casamento com Catarina von Bora estabeleceuum modelo para a prática do casamento clerical, permitindo o matrimônio depadres protestantes. 17. Foi um teólogo suíço e principal líder da ReformaProtestante na Suíça.Zuínglio foi o líder da reforma suíça e fundador dasigrejas reformadas suíças. Independentementede Martinho Lutero, que era doctor biblicus, Zuíngliochegou a conclusões semelhantes pelo estudo dasescrituras do ponto de vista de umerudito humanista. Zuínglio não deixouuma igreja organizada, mas as suas doutrinasinfluenciaram as confissões calvinistas.ULRICO ZUÍNGLIOEM ALEMÃO ULRICH (OU HULDRYCH) ZWINGLIO, (WILDHAUS, CANTÃO DE SÃO GALO, 1 DE JANEIRO DE 1484 —KAPPEL AM ALBIS,10 DE OUTUBRO DE 1531) 18. Foi um teólogo cristão francês. Calvino teve umainfluência muito grande durante a Reforma Protestante,uma influência que continua até hoje. Portanto, a formade Protestantismo que ele ensinou e viveu é conhecidapor alguns pelo nome Calvinismo, embora o próprioCalvino tivesse repudiado contundentemente este apelido.Esta variante do Protestantismo viria a ser bem sucedidaem países como a Suíça (país de origem), PaísesBaixos, África do Sul (entreos africânderes), Inglaterra, Escócia e Estados Unidos.Nascido na Picardia, ao norte da França, foi batizado como nome de Jean Cauvin. A tradução do apelido defamília "Cauvin" para o latim Calvinus deu a origem aonome "Calvin", pelo qual se tornou conhecido.JOÃO CALVINO( NOYON, 10 DE JULHO DE 1509 — GENEBRA, 27 DEMAIO DE 1564) 19. PÓS REFORMA 20. Foi um religioso reformador escocês que liderouuma reforma religiosa na Escócia segundo alinha calvinista. Ele foi educado na Universidade deSt Andrews ou possivelmente a Universidade deGlasgow e foi ordenado para o sacerdócio católicoem 1536. Influenciado pelos reformadores daigreja primitiva, como George Wishart, ele sejuntou ao movimento para reformar a igrejaescocesa. Ele foi pego nos eventos eclesiásticos epolíticos que envolveram o assassinato do cardealBeaton em 1546 e a intervenção da regente daEscócia Maria de Guise. Ele foi preso por forçasfrancesas no ano seguinte e exilado para aInglaterra em seu libertação em 1549.Seu lugar e data de nascimento continuam a serdebatidos, sendo Gifford Gate, nas proximidadesda cidade de Haddington (20 quilômetros a lestede Edimburgo) o mais provável local.JOHN KNOX( HADDINGTON, EAST LOTHIAN , 1514 —EDIMBURGO, 24 DE NOVEMBRO DE 1572) 21. Foi um puritano protestante, Martirológio Inglês,o autor do que é popularmente conhecido como OLivro dos Mártires, que narra a história de sofrimento eperseguição dos principais mártires cristãos, começandopor Jesus Cristo e até o final do reinado de MariaI ("chamada pelos protestantes de Maria Sanguinária,devido às perseguições que sofreram durante o reinadodela"). Narra as histórias de reformadores e mártiresfamosos, como Policarpo, John Wycliffe, JohnHuss, Lutero,Hugh Latimer, Thomas Cranmer e muitosoutros que sofreram perseguição e martírio pelospagãos e pela Inquisição. O livro foi também ilustradocom gravuras. Amplamente propriedade e lidopor puritanos Inglês, o livro ajudou a moldar a opiniãopública britânica sobre a Igreja católica para váriosséculos.JOHN FOXE(1517 - 18 DE ABRIL DE 1587) 22. OS AVIVALISTA 23. Escritor e pregador cristão nascido emHarrowden, Elstow, Inglaterra, foi o autor de ThePilgrims Progress (O Peregrino), provavelmentea alegoria cristã mais conhecida em todos ostempos.Bunyan teve pouca educação escolar. Eleseguiu o seu pai no comércio de Tarish Tinker, eserviu no exército parlamentário de NewportPagnell (1644–1647); em 1649 ele casou-se comuma jovem mulher. Viveu em Elstow até 1655(quando sua esposa morreu) e então se mudoupara Bedford. Ele se casou de novo em 1659.JOHN BUNYAN(28 DE NOVEMBRO DE 1628 – 31 DE AGOSTO DE 1688, LONDRES) 24. Em sua autobiografia, Grace Abounding ("Abundante Graça"), Bunyandescreve a si mesmo como tendo conduzido uma vida abandonada em suajuventude; mas não existe nenhuma evidência que ele era pior que seusvizinhos: o único defeito que ele especifica é a profanação, além da dança epersuasão. O surpreendente poder de sua imaginação o levou a contemplaratos de impiedade e profanação, e a uma vívida realização dos perigos por elesenvolvidos. Em particular ele era atormentado por uma curiosidadeconcernindo o "pecado imperdoável," e uma preposição que ele já o haviacometido. Ele continuamente ouvia vozes alertando-o a "vender Cristo," e eratorturado por temerosas visões. Depois de severos conflitos espirituais eleescapou desta condição e se tornou um entusiástico e assegurado devoto. Elefoi recebido na igreja Batista em Bedford por imersão no rio River Great Ouseem 1653. Em 1655 ele se tornou um diácono e começou a pregar, commarcante sucesso desde o início. 25. Bunyan discordava fortemente dos ensinos da Sociedade dos Amigos etomou parte, durante os anos 1656-1657, em debates escritos com algunsde seus líderes. Primeiramente, Bunyan publicou "Some Gospel TruthsOpened" ("Algumas Verdades do Evangelho Abertas") na qual eleatacou crenças Quaker. O Quaker Edward Burrough respondeu com "TheTrue Faith of the Gospel of Peace" ("A Verdadeira Fé do Evangelho da Paz").Bunyan refutou o panfleto de Burrough com "A Vindication of Some GospelTruths Opened" ("Uma Vindicação de Algumas Verdades do EvangelhoAbertas"), respondida por Burrough com "Truth (the Strongest of All)Witnessed Forth" ("Verdade, A Mais Forte de Todas, Testemunhada Adiante").Depois o líder Quaker George Fox entrou na rixa verbal publicando umarefutação à redação de Bunyan em sua obra "The Great Mystery of the GreatWhore Unfolded" ("O Grande Mistério da Grande Prostituta Desvendado"). 26. Em 1658 Bunyan foi processado por pregar sem uma licença. NãoObstante, ele continuou a pregar e não sofreu um aprisionamento atéNovembro de 1660, quando foi levado à cadeia municipal de SilverStreet, Bedford. Ali ele ficou detido por três meses, mas, por se recusar ase conformar ou desistir de pregar, seu encarceramento foi estendidopor um período de aproximadamente 12 anos (com exceção de algumaspoucas semanas em 1666) até Janeiro de 1672, quando Carlos II emitiu aDeclaração de Indulgência Religiosa. 27. Túmulo de John Bunyan, Bunhill Fields, City Road, Londres. (Janeiro de 2006)Naquele mês, Bunyan se tornou pastor da igreja de Bedford. Em Março de1675, ele foi novamente aprisionado por pregar, desta vez no cárcere deBedford, localizado na ponte de pedra sobre o rio Ouse, porque Carlos IIhavia anulado a Declaração de Indulgência Religiosa. (O mandado original,descoberto em 1887, foi publicado em fac-símile por Rush and Warwick,London). Após seis meses ele foi liberto e devido a sua popularidade, nãomais foi molestado.A caminho de Londres Bunyan foi acometido por um forte resfriado, emorreu de febre na casa de um amigo em Snow Hill no dia 13 de Agosto de1688. Seu túmulo está localizado no cemitério de Bunhill Fields em Londres. 28. Foi pregador congregacional, teólogo calvinista e missionário aos índios americanos, e é considerado um dosmaiores filósofos norte-Americano.O trabalho teológico de Edwards é muito abrangente,com sua defesa da teologia reformada, a metafísica dodeterminismo teológico, e a herança puritana.Edwards teve um papel fundamental na formaçãodo primeiro Grande Despertar e supervisionoualguns dos primeiros fogos de avivamento em1733-1735 na sua igreja em Northampton,Massachusetts.JONATHAN EDWARDS(5 DE OUTUBRO DE 1703 - 22 DE MARÇO DE 1758) 29. O sermão de Edwards "Pecadores nas Mãos de um Deus Irado", éconsiderado um clássico da literatura americana inicial, o que ele fezdurante outra onda de renascimento em 1741, após a visita de GeorgeWhitefield as Treze Colônias. Edwards é amplamente conhecido por seusmuitos livros: O fim para o qual Deus criou o mundo, A Vida de David Brainerd, queserviu para inspirar milhares de missionários de todo o século XIX, quemuitos evangélicos reformados leem ainda hoje. Edwards morreu devido auma inoculação contra a varíola, pouco após o início da presidência doColégio de Nova Jersey (mais tarde a ser chamado Princeton University), e foi o avôde Aaron Burr. 30. Foi um clérigo anglicano e teólogo cristão britânico, líderprecursor do movimento metodista e, ao lado de WilliamBooth, um dos dois maiores avivacionistas da Grã-Bretanha. No dia 24 de maio de 1738, na rua Aldersgate,em Londres, Wesley passou por uma experiênciaespiritual extraordinária, é assim narrada em seu diário:"Cerca das oito e quinze, enquanto ouvia a preleção sobre amudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, sentique meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, emverdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que umacerteza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, emverdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte.Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de umamaneira especial, me haviam perseguido e insultado. Entãotestifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez,sentia em meu coração".JOHN WESLEY( EPWORTH, INGLATERRA, 17 DE JUNHO DE 1703 — LONDRES, 2 DEMARÇO DE 1791) 31. Nos 50 anos seguintes, Wesley pregou em média de três sermões por dia; amaior parte ao ar livre. Houve uma vez que pregou a cerca de 14.000 pessoas.Milhares saíram da miséria e imoralidade e cantaram a nova fé naspalavras dos hinos de Carlos Wesley, irmão de John. Os dois irmãosderam à religião um novo espírito de alegria e piedade. 32. Foi um pastor anglicano itinerante, que ajudou aespalhar o Grande Despertar na Grã-Bretanha e,principalmente, nas colônias britânicas norte-americanas. Seu ministério teve enorme impactosobre a ideologia americana.GEORGE WHITEFIELD(16 DE DEZEMBRO DE 1714 - 30 DE SETEMBRO DE 1770) 33. Conhecido como o "príncipe dos pregadores ao ar livre", foio evangelista mais conhecido do século XVIII. Pregou durante 35 anos naInglaterra e nos Estados Unidos, quebrou as tradições estabelecidas a respeitoda pregação e abriu o caminho para a evangelização de massa. Enquantojovem sua sede de Deus o tornou consciente de que o Senhor tinha um planopara sua vida. Para preparar-se, jejuava e orava regularmente, e muitas vezes iaao culto duas vezes por dia. Na Universidade de Oxford (Inglaterra) cooperoucom os irmãos John e Charles Wesley, participando com eles no "ClubeSanto". 34. foi um missionário norte-americano ligadoa Igreja Congregacional e tinha tendênciapresbiterianas. Utilizou com sua igreja formadapelos índios que evangelizou utilizando oCatecismo de WestminsterDAVID BRAINERD(20 DE ABRIL DE 1718 – 9 DE OUTUBRO DE 1747), 35. Foi um pregador, professor, teólogo ,abolicionista e avivalista estado-unidense, um doslíderes do Segundo Grande Despertar (Second GreatAwakening).Introduziu várias inovações no ministério religioso,tais como a censura pública e nominal de pessoasdurante o sermão, a permissão da manifestação dasmulheres em cultos para ambos os gêneros eoutros. Era também famoso por realizar seussermões de improviso.CHARLES GRANDISON FINNEY(WARREN, 24 DE AGOSTO DE 1792 - OBERLIN , 16 DEAGOSTO DE 1875) 36. Foi um missionário Cristão Protestante Inglês naChina, e fundador do China Inland Mission(CIM) (agora OMF International). Taylor viveuna China por 51 anos. A sociedade que eleiniciou foi responsável pelo envio de mais de800 missionários ao país que começaram 125escolas e diretamente resultou na conversãoCristã de 18,000 pessoas, também como noestabelecimento de mais de 300 estações detrabalho com mais de 500 colaboradores locaisem todas as dezoito províncias.JAMES HUDSON TAYLOR(21 DE MAIO DE 1832 – 3 DE JUNHO DE 1905) 37. Taylor era conhecido por sua sensibilidade à cultura chinesa e zelo peloevangelismo. Ele adotou a prática de usar roupas nativas da China mesmoquando isso era raro entre os missionários da época. Sob a sua liderança, aCIM era singularmente não denominacional na prática e aceitava membros detodos os grupos Protestantes, incluindo indivíduos da classe de trabalho,mulheres solteiras e recrutas multinacionais, também. Primeiramente por causada campanha do CIM contra o comércio do Ópio, Taylor foi citado como umdos Europeus mais significantes a visitar a China no Século XIX. OHistoriador Ruth Tucker sumariza o tema de sua vida:“ Nenhum outro missionário nos dezenove séculos desde oapóstolo Paulo teve uma visão mais ampla e usou um plano maissistematizado para evangelizar uma grande área geográfica comoHudson Taylor. 38. também conhecido como D.L. Moody, foium evangelista e editor americano que fundoua Igreja Moody, a Escola Northfield, a Escola MountHermon em Massachusetts (agora chamada EscolaNorthfield Mount Hermon), o Instituto Bíblico Moody ea Moody Press. Em uma viagem à Inglaterra, Moodyse fez mais conhecido como evangelista, a ponto dehaver sido chamado de maior evangelistado século XIX.DWIGHT LYMAN MOODY(5 DE FEVEREIRO DE 1837 - 22 DE DEZEMBRO DE 1899), 39. Sua pregação teve um impacto tão grande como as de GeorgeWhitefield e John Wesley dentro da Grã-Bretanha, Escócia e Irlanda. Foicontemporâneo do pregador Charles Haddon Spurgeon, chegando a pregar,nessa ocasião de sua viagem, no Tabernáculo Metropolitano de Londres, em1873. Em várias ocasiões encheu estádios com capacidade entre 2 mil e 4 milpessoas. Em uma reunião no Botanic Gardens Palace se juntaram entre15.000 e 30.000 seguidores. Este séqüito continuou em 1874 e 1875, com asmultidões em todas as reuniões. Quando voltou aos Estados Unidos, asmultidões de 12.000 a 20.000 eram tão comuns como na Inglaterra. Suasreuniões evangélicas se celebraram de Boston a Nova York, passando porNova Inglaterra e outros povos da costa oeste, como Vancouver e San Diego. 40. Foi um missionário escocês eexplorador europeu da África, cujodesbravamento do interior do continentecontribuiu para a colonização da África. Pormuitos anos sua saúde demonstravafragilidade, vindo a falecer no dia 1 demaio de 1873. Os nativos encontraramDavid Livingstone morto e ajoelhado aolado da cama, na aldeia do chefetribal Chitambo, localizada no nortedo distrito zambiano de Serenje, a cerca de100 km a sudeste do lago Bangweulu.DAVID LIVINGSTONE(BLANTYRE, ESCÓCIA, 19 DE MARÇO DE 1813 — ALDEIADO CHEFE CHITAMBO, RODÉSIA DO NORDESTE, 1 DE MAIO DE1873) 41. David Livingstone morreu orando. Os seus auxiliares deconfiança Chuma, Suza Mniasere e Vchopere, enterraram o seu coração e assuas vísceras debaixo de uma árvore, onde em 1902 foi erguido oatual Memorial Livingstone. Depois disso, eles lavaram o corpo deLivingstone com sal e aguardente e o puseram para secar ao sol.Envolto numa manta de lã e dentro de uma caixa de casca de árvore, o corpode Livingstone foi levado pelos seus auxiliares até Bagamoyo, de onde o corpofoi levado de navio até o Reino Unido. Livingstone foi o primeiro a descrevera geografia, a estrutura social, os animais e as plantas do continente africano.Contudo, seu trabalho como missionário teve menor êxito do que o dedescobridor. Hoje, os restos mortais do explorador (exceto o coração e asvísceras) se encontram enterrados na Abadia de Westminster, em Londres. 42. Foi um pastor estadunidense, iniciador domovimento religioso denominadode Pentecostalismo. Filho de ex-escravos católicos,converteu-se à Igreja Batista durante suaadolescência. Em 1895, com 25 anos, mudou-separa Indianápolis onde inicialmente exercia a funçãode garçom e posteriormente de representantecomercial. Em Indianápolis frequentava a IgrejaMetodista Episcopal, uma igreja predominantementenegra.WILLIAM JOSEPH SEYMOUR( CENTERVILLE , LOUISIANA, 2 DE MAIO DE 1870 — 28 DESETEMBRO DE 1922) 43. Em 1905, mudou-se para Houston, onde passou a frequentar a recém-formadaescola bíblica de Charles Fox Parham em uma cadeira colocada no corredor,por ser negro. Foi aí que aprendeu as doutrinas do movimento Holiness edesenvolveu a crença em glossolalia (mais conhecido como dom de línguas)como prova do batismo com o Espírito Santo. Seymour mudou-se depoispara Los Angeles, onde passou a exercer o pastorado em uma igreja dametrópole nascente. No entanto, não foi bem aceite ao começar a pregar amensagem de reavivamento e batismo no Espírito Santo, e foi expulso daparóquia. 44. Na procura de um lugar para continuar seu trabalho, ele fundou sua própriaigreja num templo abandonado da Igreja Metodista Africana em Los Angeles,localizada na Azusa Street (Rua Azusa) no. 312. O resultado foio Reavivamento da Rua Azusa. Seymour não só derrubou a existência debarreiras raciais em favor da "unidade em Cristo", mas também rejeitoubarreiras às mulheres em qualquer forma de liderança de uma igreja. OReavivamento liderado por Willian Seymour virou notícia rapidamente, e em18 de abril de 1906 o jornal Los Angeles Times publicou uma extensa matériasobre o movimento, denunciando uma nova "seita", onde fundamentalistascompostos em maior parte por negros e imigrantes pobres que se dizendomovidos pelo Espirito Santo de Deus se manifestavam em línguas estranhas,denominado glossolalia, e também a pregação de curas e milagres. 45. é um pregador batista norte-americano. Foi conselheiroespiritual de vários presidentes americanos. Foi ainda omais proeminente membro da Convenção Batista Sulistados EUA.Graham já pregou pessoalmente para mais pessoas doque qualquer pregador da história ao redor do mundo.De acordo com a sua equipe, a partir de 1993, mais de2,5 milhões de pessoas tinham "Um passo à frente em suascruzadas para aceitar Jesus Cristo como seu Salvador pessoal". Apartir de 2008, a audiência de Grahams Life Time,incluindo rádio e televisão, superou 2,2 bilhões.WILLIAM FRANKLIN "BILLY" GRAHAM JR(CHARLOTTE, 7 DE NOVEMBRO DE 1918) 46. “Qualquer filosofia quetrate apenas do aqui eagora não serve para ohomem.”Billy Graham

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